Uma alternativa para pequenas propriedades para recuperação da fertilidade do solo é a implantação de sistemas agroflorestais. Um projeto, desenvolvido no campus de Registro, da Universidade Estadual de São Paulo, Unesp, combina árvores nativas com a produção rural.O sistema surge como alternativa para pequenos agricultores, que não podem utilizar quantidades expressivas de adubos, devido ao alto custo. Além disso, a prática apresenta-se como solução econômica e sustentável, por garantir a fertilidade do solo sem o uso de adubação química. ?A produção de cada item por unidade de área pode diminuir, mas a variedade aumenta e é possível ter colheitas diferentes o ano inteiro?, afirmou a a coordenadora do projeto, engenheira agrônoma, Francisca Alcivânia de Melo Silva.As pesquisas tiveram início em outubro de 2009. São realizadas, desde então, análises de amostras do solo e serrapilheira, que são os restos de vegetação como caules, ramos e cascas de frutos. ?Não vamos comparar a qualidade da terra entre as propriedades, mas entre os talhões da mesma fazenda, incluindo áreas agroflorestais recentes e até porções onde a agricultura tradicional ainda é promovida?, explicou a coordenadora.As primeiras conclusões apontaram que lotes que adotaram sistemas agroflorestais por mais tempo apresentaram o solo mais nutrido. O terreno é divido em lotes e, além das espécies que o produtor pretende comercializar, são plantadas árvores nativas da Mata Atlântica. ?Até as ervas daninhas, que tradicionalmente demandam agrotóxicos e são grandes preocupações do meio rural, na agrofloresta são manejadas para se tornar adubação ?verde??, completou a engenheira agrônoma.