Com o objetivo de construir uma política pública intersetorial para formar bons hábitos alimentares, governo e sociedade sereuniram, entre 19 e 21 de outubro, em Brasília. A alimentação adequada e saudável é uma das oito diretrizes da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o brasileiro consome açúcares livres (refrigerantes, sucos e bebidas adocicadas) e gorduras totais acima do recomendado. Essa tendência tem favorecido a maior incidência de doenças crônicas, como obesidade, hipertensão e diabetes.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatam que 21,5% dos adolescentes homens e 19,4% das adolescentes mulheres estão com excesso de peso. Já na idade adulta, os números são ainda mais preocupantes: 50,1% dos homens e 48% das mulheres estão acima do peso. Em termos de obesidade, as mulheres lideram o índice nacional, com 16,9% ? a proporção de homens é de 12,5%.
Com isso, o tema da qualidade da alimentação tem ganhado força, segundo Maya Takagi, secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). ?Buscamos uma alimentação adequada, principalmente para as crianças.? Conforme a secretária, o brasileiro come poucas frutas e verduras e se excede no consumo de açúcar, sódio e alimentos processados. ?A população tem comido muito fora de casa e gastado menos tempo para se alimentar.?
O que fazer para que as escolas proporcionem hábitos alimentares saudáveis é um dos pontos em discussão. ?Se a criança aprende bons hábitos, ela os dissemina em casa?, garante a coordenadora geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do Ministério da Educação, Albaneide Peixinho. ?As ações na prática dependem dos professores, gestores e merendeiras. Essas desempenham papel fundamental, por exemplo, na melhor forma de preparar os alimentos e nas combinações para que sejam absorvidos com melhor qualidade?, completa.
Ana Carolina Feldenheimer Silva, coordenadora da equipe de promoção da saúde do Ministério da Saúde, analisa o papel do profissional da área: ?A escolha do que comer é individual, mas o profissional deve orientar sobre o que é saudável?. A coordenadora acredita que uma discussão em parceria traz sempre resultados ricos.
Elisabetta Recine, conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), acredita que ?o desafio é ouvir, trocar experiências e fazer com que essas informações se juntem para a concretização de um futuro. O espírito da discussão é participativo?.
Com informações MDS/Ana Nascimento.