A incompatibilidade de formatos de arquivo, o preço elevado dos aparelhos de leitura digital e o pequeno número de pessoas com acesso à banda larga não permitem que os livros digitais se popularizem no Brasil. A avaliação foi feita por escritora e editor, durante a o debate ?O livro na era digital?, que aconteceu na 21ª Bienal do Livro de São Paulo.Um dos principais entraves é o acesso à Internet banda larga. ?Temos 39 milhões de consumidores de livros e 40 milhões de usuários de Internet banda larga, sendo que apenas 10 milhões utilizam em casa. Esse seria o nosso total de leitores?, avaliou o editor Ednei Procópio, durante o debate. ?O analfabetismo digital tem que ser superado para substituir papel?.Os diferentes aparelhos de leituras digitais e os formatos de arquivo exigidos por cada um também impedem a difusão dos livros digitais. ?São inúmeros formatos e os aparelhos ora são compatíveis ora não. Isso travou o livro eletrônico?, disse Procópio. ?Temos servidores que guardam vários livros, mas e se não tivermos uma tomada para ligá-lo??, completou o editor sobre um problema que ele considera ainda mais básico.Porém, ele ressaltou que o preço dos aparelhos de leitura digital é o principal entrave. ?Eles nunca vão ficar baratos porque as indústrias vão criar e recriar ferramentas que vão mantê-los caros?, observou. ?Ao todo, 80% do preço dos aparelhos é determinado pelo tipo de tela e as preto-e-branca são as mais baratas. Imagine migrar livros infantis ilustrados para esse formato??.A escritora de livros Regina Drummond, que também participou do debate, avaliou que o formato digital pode não ser eficiente para despertar o interesse por livros. ?A Internet não forma leitores. Quem vira leitor é quem vai à prateleira e escolhe. Não é só colocar o livro na cesta básica. Mas na dúvida entre impresso ou digital, o mais importante é optar por ler?.