Combater a Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis e reduzir o índice de gravidez na adolescência. Estes são os dois objetivos principais do projeto ?Menarca de Promoção à Saúde da Menina?, implementado pela Sociedade Educacional Professor Altair Mongruel, em Ponta Grossa, no Paraná. O projeto foi um dos vencedores do Prêmio ODM Brasil 2005, e apresenta duas inovações: a primeira é a conscientização em relação à sexualidade feita por adolescentes, para adolescentes. A segunda é a ausência de público masculino e de adultos, o que potencializa a comunicação e desenvolve nas jovens a idéia de autonomia e do seu poder de decisão em uma relação sexual.
O projeto é direcionado a meninas de 12 a 15 anos de idade que passam ou passaram há pouco tempo pela menarca ? primeira menstruação de uma mulher. Em dois encontros, com grupos de 25 a 30 pessoas, são abordados temas como menstruação; ovulação; fecundação; contracepção; higiene íntima; câncer de mama e de colo de útero; bem como doenças sexualmente transmissíveis.
Os encontros são realizados em escolas municipais, estaduais e privadas, gratuitamente, através de solicitação da coordenação/direção. As voluntárias são treinadas por uma ginecologista e por uma psicóloga, funcionárias da cooperativa médica UNIMED, que trabalha no projeto em conjunto com o Colégio Sepam. Por estarem na mesma faixa etária do grupo atendido ? 13 a 17 anos ? a comunicação é bastante facilitada. Ao término de cada etapa, o mesmo trabalho é feito com os pais das meninas para que estes adquiram conhecimento sobre o tema, sentindo-se capacitados para conversarem com suas filhas.
Uma a cada quatro mães na cidade de Ponta Grossa tem menos de 16 anos. De acordo com dados da Unesco, a cada três novos casos de Aids na América Latina, África e Caribe, dois são de mulheres e pelo menos uma delas tem menos de dezoito anos. Essas são as principais razões da existência do projeto Menarca. É necessário que as adolescentes tenham mais consciência do seu papel na sociedade, dos seus direitos e deveres e dos riscos das relações sexuais precoces. O projeto visitou, em um período de três anos, 30 escolas e terminou o ano de 2005 com, aproximadamente, 2.950 jovens orientadas.