Deve haver um “esforço concentrado” da Comissão Nacional de Combate à Desertificação para a implementação do plano nacional de enfrentamento do problema. Esta é a opinião do diretor de combate à desertificação do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Francisco Campello.A comissão esteve em setembro, no auditório do Ibama, em Brasília, para discutir os desafios e prioridades para combater o processo de degradação do solo no Semiárido brasileiro. No encontro, foram apresentadas ações internacionais e atividades de fomento que estão em curso para conter o fenômeno.”Estamos dando prosseguimento a uma estratégia de gestão participativa nos níveis federal e estadual, que deve ser replicada nas ações do plano nacional, que ainda não foi implantado”, explicou Campello. A comissão é presidida pelo MMA e foi criada para ajudar no processo de articulação e na definição de diretrizes para a implementação do Plano Nacional de Combate à Desertificação.De acordo com o secretário de extrativismo e desenvolvimento rural sustentável do MMA, Roberto Vizentin, será impossível progredir e combater devidamente a desertificação sem o fortalecimento de uma estratégia de ações conjuntas, que deve ser adotada por todas as entidades que atuam na região.O representante da ONG Articulação do Semiárido (ASA), Paulo Pedro Andreas, observou que a pobreza do Semiárido brasileiro está ligada também ao processo de desertificação, e que a região já está sendo afetada pelo aumento da temperatura e pela diminuição das precipitações.A ASA já beneficiou mais de 1,8 milhão de pessoas no Semiárido, por meio da construção de 350 mil cisternas. A principal iniciativa da ONG é o programa Um Milhão de Cisternas, que consiste na instalação de cisternas capazes de captar a água da chuva sobre o teto das casas. A água captada é armazenada em tanques de 16 mil litros para ser utilizada, posteriormente, no consumo.Participaram da reunião representantes da sociedade civil e dos governos de estados brasileiros do Nordeste, Espírito Santo e Minas Gerais, dos ministérios do Desenvolvimento Social, do Desenvolvimento Agrário, da Agricultura, de Ciência e Tecnologia, Confederação Nacional da Indústria, e de ONGs que atuam no Nordeste.