O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) entregou, no dia 11 de outubro, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) uma petição com mais de 18 mil assinaturas em apoio à proposta de um novo modelo de rotulagem nutricional no Brasil.
A proposta apresentada foi elaborada em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e propõe a utilização de alertas na parte frontal da embalagem dos produtos industrializados ultraprocessados, além de melhorias na tabela nutricional e na lista de ingredientes.
Segundo o advogado do Idec Igor Britto, ninguém entende as informações nutricionais apresentadas no atual modelo, o que praticamente inviabiliza a possibilidade do consumidor em comparar a qualidade dos ingredientes e optar por aquele mais saudável e seguro.
“Só um nutricionista ou um engenheiro de alimentos tem uma formação específica capaz de entender. São medidas muito técnicas, inacessíveis para as demais pessoas compreenderem. O consumidor é muito facilmente enganado”, diz Britto, em entrevista à Rádio Brasil Atual.
Além das milhares de assinaturas do abaixo-assinado, o modelo proposto pelo Idec conta também com o apoio de cerca de 30 instituições ligadas a saúde e alimentação saudável, como o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), a ACT Promoção da Saúde, a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, entre outras.
Prevenção da Obesidade
A entrega da petição aconteceu no Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. Uma pesquisa do Ministério da Saúde, lançada este ano, apontou que mais da metade da população brasileira está com o peso acima do recomendado e 19% dos adultos são considerados obesos. Além disso, de acordo com um relatório divulgado pela World Obesity Federation, o tratamento de doenças relacionadas à obesidade irão custar aos cofres públicos US$ 34 bilhões em 2025.
“Para mudar esse cenário, é preciso que a população tenha informações mais claras sobre os alimentos consumidos, principalmente quando estes podem colocar a saúde e o bem-estar em risco”, destaca Britto.
Fontes: Rede Brasil Atual e Idec