Segundo relatório das Nações Unidas, a discriminação contra mulheres e meninas reduz a produtividade de quase metade da população mundial, limitando a contribuição dessas pessoas ao desenvolvimento dos países. O relatório, que foi lançado pelo Fundo de População das Nações Unidas em 12 de outubro, diz que os 1,7 bilhões de mulheres na faixa dos 15 aos 49 anos em todo o mundo poderiam aproveitar melhor seu potencial se houvesse garantia de acesso universal a educação, serviços de saúde reprodutiva, direitos econômicos e políticos, e o fim da violência contra mulheres.Segundo dados de 2005, nenhum país do mundo conseguiu até hoje eliminar a desigualdade de gênero. As estatísticas mostram um quadro profundamente desfavorável para as mulheres. Em vários países, o estupro não é considerado crime e pode, inclusive, ser utilizado como arma de guerra. A escravidão sexual feminina e a prostituição forçada são bastante comuns, estando na maioria das vezes associadas às mulheres mais jovens e pobres. Além disso, apenas pequena porcentagem das vagas parlamentares, em todo o mundo, são ocupadas pelas mulheres.Educar meninas, especialmente nos níveis médio e superior, traz dividendos para a sociedade em termos de redução da pobreza, aumento do grau de escolaridade e melhoria da saúde das gerações futuras. Este tipo de investimento também tem impacto na prevenção do HIV, na promoção da saúde materna e infantil, no aumento das perspectivas de renda, na redução da fecundidade e na eliminação de tradições prejudiciais às mulheres.Pesquisas mostram que quando as mulheres controlam o orçamento doméstico elas tendem a investir mais nas crianças que os homens. Além disso, quando as mulheres conseguem postergar o casamento e os filhos, completar sua educação e entrar no mercado de trabalho, as famílias acabam ficando menores, resultando em maior economia e prosperidade sócio-econômica. Estes foram alguns dos fatores que contribuíram para o milagre econômico dos Tigres Asiáticos.