As mudanças climáticas são um fenômeno global, mas seus impactos sobre a saúde humana deverão ser muito maiores nas regiões mais pobres do mundo, de acordo com a norte-americana Kristie Ebi, diretora executiva do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Para a cientista, responsável pelo capítulo sobre saúde humana do quarto relatório do IPCC, o aquecimento global deverá expandir as áreas de alcance dos problemas que causam a maior parte das mortes infantis no mundo: desnutrição, malária e diarreia. Os impactos da mudança climática sobre a saúde estariam fortemente vinculados à pobreza, aponta.
Da mesma maneira que faltam recursos para pesquisas sobre as chamadas doenças negligenciadas – que serão especialmente exacerbadas pela mudança do clima -, segundo ela faltam também recursos para a pesquisa sobre o impacto do aquecimento global sobre a saúde.
Epidemiologista por formação, Kris, como é mais conhecida, já publicou mais de 80 artigos científicos, ao longo de 25 anos de experiência multidisciplinar em questões ambientais. Nos últimos 12 anos vem coordenando estudos sobre os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde humana.
A cientista – que hoje vive em Alexandria, nas proximidades de Washington, nos Estados Unidos, onde é consultora independente sobre mudanças climáticas – participou, em novembro, do encontro internacional ?Impacto, adaptação e vulnerabilidades nas mudanças climáticas globais?, promovido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Kris também é autora do livro Integração entre Saúde Pública e adaptação à mudança climática: lições aprendidas e novas direções e é uma das coordenadoras da publicação Métodos de avaliação da vulnerabilidade da saúde humana e adaptação da saúde pública à mudança climática, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com informações da Envolverde (envolverde.ig.com.br)/Agência Fapesp/ Fábio de Castro