A inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho não depende só da iniciativa de empresas para se adequarem à Lei de Cotas ou da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) quanto ao cumprimento da norma. Depende de uma ação integrada para melhoria do transporte, da educação, da saúde e da acessibilidade das cidades, e também de uma mudança de atitude dos empresários. Essa é a opinião da vereadora e ex-secretária municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo Mara Gabrilli (PSDB).
Gabrilli, que ficou tetraplégica após um acidente de carro ocorrido em 1994, afirma que ?nenhuma empresa vai estar preparada para contratar uma pessoa com deficiência até contratar a primeira, depois a segunda, a terceira, e então perceber que ela também é capaz. É preciso deixar o preconceito de lado”, diz.
De acordo com a vereadora, a exclusão social das pessoas com deficiência é histórica e, para solucioná-la, não adiantam ações radicais, mas sim coordenadas. ?Para que as empresas contratem essas pessoas, o transporte vai influenciar, a calçada vai influenciar, a formação dessas pessoas vai influenciar. Será que todos conseguiriam chegar ao trabalho? Será que todos já passaram pela escola? Será que elas têm saúde para trabalhar??, defende. Segundo ela, a cidade de São Paulo tem 2.280 ônibus acessíveis a pessoas com deficiência.
Mara Gabrilli defende que a inclusão das pessoas com deficiência colaboraria para a redução do preconceito e daria condições para que as pessoas exijam mudanças.Com informações de Vinicius Konchinski / Agência Brasil