Pesquisa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) com latino-americanos e caribenhos de idade entre 15 e 25 anos mostrou que os jovens querem aprender conteúdos tradicionais, mas também se abrir a assuntos pertinentes ao mundo atual nas áreas de ciência, tecnologia e artes. Para eles, o método de ensino deve mudar, enquanto a educação deve ir além dos muros da escola.
Os jovens latino-americanos e caribenhos querem uma educação mais holística que vá além dos muros da escola, segundo consulta pública realizada pelo Escritório Regional de Educação da UNESCO para a América Latina e o Caribe (OREALC/UNESCO Santiago).
A consulta revelou que os jovens querem aprender conteúdos tradicionais, mas também se abrir a assuntos pertinentes ao mundo atual. Por isso, veem como necessárias habilidades básicas em leitura e matemática, mas querem saber mais sobre as formas de organização das sociedades, por meio do conhecimento da história e do desenvolvimento da humanidade.
A pesquisa mostrou ainda que a juventude deseja aproximar-se tanto da área científica e tecnológica quanto da arte em todas suas formas de expressão, e tem interesse em construir uma comunidade e um planeta diferente, mais democrático, sustentável e pacífico.
Lançada em agosto, a consulta ouviu jovens latino-americanos e caribenhos entre 15 e 25 anos e foi realizada tendo em vista os desafios da nova agenda mundial Educação 2030.
Em relação a como querem aprender, os resultados apontaram para um método que vá além da escola e das formas tradicionais de ensino. Segundo os jovens, existe a necessidade de se pensar a educação fora da sala de aula, nos espaços públicos e recreativos das comunidades, sem descartar o papel essencial do professor.
De acordo com a consulta, os jovens desejam aprender de forma prática e colaborativa, fazendo uso de recursos virtuais, palestras, ateliês e cursos, e dando um forte destaque à brincadeira e à descoberta.
“Tem sido todo um processo educativo, como instituição, nos abrirmos às vozes da juventude e de outros atores sociais”, afirmou Jorge Sequeira, diretor do OREALC/UNESCO Santiago.
Para o coordenador da iniciativa e do Laboratório Latino-Americano de Avaliação da Qualidade da Educação (LLECE) da UNESCO, Atilio Pizarro, é uma surpresa “a perspectiva integral e holística que os jovens reivindicam para o aprendizado”. “Para eles, as habilidades básicas não são suficientes: querem uma formação integral e com valores”, disse.
Para a gerente da Fundação Chile, Ana María Raad, as salas de aula devem se transformar em todos os sentidos. A organização espacial deve ser voltada para o trabalho em grupo, e o docente deve ter um papel de facilitador diante dos estudantes que aprendem em seu próprio ritmo, enquanto os conteúdos devem ser estudados dentro e fora da escola.
A UNESCO lançou uma segunda etapa da consulta, que está disponível até 31 de outubro de 2016 no site www.dilesquequieresaprender.org.
As respostas à pesquisa farão parte de um quadro de referência que será apresentado a ministros de Educação da região em janeiro de 2017. As informações serão material para a elaboração de políticas públicas que afetarão diretamente a juventude.
Fonte: ONU
Foto: EBC