O Relatório de Acompanhamento de Matrícula 2008 de Fortaleza, apresentado, no final de janeiro, revela que 57% das escolas municipais e estaduais da capital cearense não possuem nenhum tipo de acessibilidade para pessoas com deficiência física, sendo o problema encontrado, em especial, nas unidades estaduais. Além disso, nenhuma escola dispõe de livros em braile ou de intérpretes em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Somente 2% dos alunos com deficiência de todas as escolas ou creches assistem às aulas junto com os outros colegas.
Um outro problema recorrente foi a inadequação de creches para receber crianças com até um ano de idade. O Relatório foi produzido pela Comissão de Defesa do Direito à Educação, a partir de visitas em 55 instituições, entre creches e escolas, sendo 33 municipais, 19 estaduais e três entidades voltadas para alunos especiais. Segundo Nádia Bortolloti, representante do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), o trabalho é inédito e contribui para a avaliação dos espaços. Para ela, todas as unidades educacionais devem estar preparadas tanto em relação à estrutura física quanto àcapacitação de pessoal para receber alunos com deficiência.
De acordo com a responsável pela área de Educação Especial da Secretaria de Educação Gêvada Wayne, o estado também está preocupado com a acessibilidade. Segundo ela, até o fim do primeiro semestre, 80 escolas devem construir rampas, banheiros e salas de aulas adequadas para receber cadeirantes. ?Até o fim do ano esse número já deve chegar a 200. A meta é que até 2011 todas as escolas do estado estejam adaptadas?, frisa. Em relação à capacitação de pessoal, Gêvada afirma que nos últimos dois anos 1.050 professores participaram de cursos para aprender a trabalhar com alunos com deficiência e que estão previstos mais cursos para 2008.
Com informações de Renata Benevides/Diário do Nordeste