Integrantes de movimentos sociais do campo ocuparam o Ministério das Cidades, em Brasília (DF), na manhã do dia 20 de outubro. Entre as pautas reivindicadas está a retomada do Minha Casa Minha Vida – Rural pelo governo federal. Segundo as organizações, há um déficit de mais de 35 mil habitações nas áreas rurais do país, o que torna a solução do problema urgente.
“Nosso levantamento aponta que há um déficit de 10 mil unidades para assentados da reforma agrária, 17 mil unidades para a agricultura familiar tradicional e mais 8 mil unidades para indígenas, quilombolas e extrativistas”, relata Alexandre Conceição, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Ao todo, cerca de 1.500 pessoas participaram da mobilização que, além do MST, é realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Movimento Camponês Popular (MCP), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), entre outros.
O programa MCMV Rural é destinado a pessoas físicas, trabalhadores rurais e agricultores familiares, com renda familiar bruta anual máxima de R$ 15 mil. São também beneficiários do programa e se enquadram como agricultores familiares: pescadores artesanais, extrativistas, silvícolas, agricultores, arvicultores, piscicultores, ribeirinhos, comunidades quilombolas, povos indígenas e demais comunidades tradicionais.
Para Elivo Mota, integrante da Fetraf, é fundamental que o governo federal passe a incluir mais trabalhadores do campo em programas habitacionais. “É preciso discutir com os movimentos sociais o MCMV 3 Rural, assim como é importante que os filhos dos trabalhadores e das trabalhadoras também tenham acesso a esse direito. Hoje, além de isso não ser garantido, há casos em que beneficiários de programas anteriores não conseguem nem acessar créditos para reforma e ampliação de suas casas por impedimentos burocráticos”, pontuou.
O prédio do Ministério das Cidades foi desocupado após uma reunião de negociação com o ministro Gilberto Kassab.
Outros estados
Em Pernambuco, o MST divulgou que foram ocupadas as Superintendências da Caixa Econômica Federal nos municípios de Recife e Caruaru, além de uma agência em Timbaúba.
Na Paraíba, cerca de 1.500 famílias do MST ocuparam as cinco principais rodovias do estado. Eles reivindicaram a construção de casas e pediram avanços no processo de habitação rural. A BR 230 foi paralisada em três pontos, além das BRs 361 e 10, no Vale do Piancó, no nordeste do estado.
Fonte: Brasil de Fato