O efeito adverso da mudança climática na produção de alimentos causará a fome de 25 milhões de crianças em 2050 se não forem tomadas medidas, advertiu, no dia 30 de setembro, o Instituto Internacional de Política Alimentar (IFPRI) em uma conferência em Bangcoc.
“Este drama pode ser evitado com um investimento de US$ 9 bilhões anuais para aumentar a produtividade agrícola e ajudar produtores a enfrentar os efeitos do aquecimento global”, afirmou em comunicado o investigador Gerald Nelson, um dos autores do relatório do IFPRI.
“Melhores estradas, sistemas de irrigação, acesso à água potável e escolarização para crianças são essenciais”, acrescentou Nelson, no marco da conferência sobre mudança climática realizado em Bangcoc para preparar a cúpula de Copenhague em dezembro de 2009.
O estudo afirma que os habitantes nos países em desenvolvimento terão acesso a 2.410 calorias diárias em 2050, 286 calorias menos que em 2000; na África será de 392 menos; e nos países industrializados de 250 menos.
Os líderes do G20 acordaram, em setembro, em Pittsburg (EUA) doar US$ 2 bilhões para combater a fome, enquanto a ONU anunciou uma cúpula sobre o problema em novembro.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pressionou o Banco Mundial e outras instituições multilaterais para que aumentem suas contribuições ao terceiro mundo, em um momento em que “ainda mais pessoas não têm acesso a alimentos porque os preços são incrivelmente altos por causa da crise econômica ou a falta de chuvas”.
Nelson opinou que a crise alimentícia de 2008, quando as informações de escassez de alimentos básicos suscitaram protestos em numeroso países pobres e emergentes, foi uma chamada de atenção.
“A população da Terra será 50% maior que a atual em 2050 (…) os desafios serão enormes até sem mudança climática”, acrescentou o investigador.
Com informações da Folha Online (noticias.ambientebrasil.com.br)