O Seminário Desenvolvimento e Saúde na Zona da Mata, realizado dias 15 e 16 de maio em Palmares (PE) reuniu cerca de 200 mulheres dos municípios de Água Preta, Catende, Joaquim Nabuco e Jaqueira, além de Palmares. O seminário é uma promoção conjunta do SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia e Centro das Mulheres do Cabo, como parte do Projeto Mulheres e Desenvolvimento na Zona da Mata. Nos próximos dias 20 e 21, o seminário será em Glória de Goitá, com 300 mulheres de Vitória de Santo Antão, Pombos, Timbaúba, Tracunhaém, Nazaré da Mata, Condado, Vicência, Lagoa de Taenga, Feira Nova, Chã de Alegria, Carpina, Lagoa do Carro, Gravatá, Chã Grande, Ferreiro e Camutanga.O objetivo é ampliar a presença política das organizações de mulheres, promovendo o diálogo e o posicionamento crítico em relação ao modelo de desenvolvimento proposto para a região. “Vamos planejar ações coletivas para envolver a população no questionamento do Promata e de outras políticas públicas, especialmente no que diz respeito ao direito da mulher à saúde. Será elaborada uma carta propositiva que vai percorrer todos os municípios marcando dias de luta localizados e articulados”, diz Vera Guedes, educadora do SOS Corpo e coordenadora dos Seminários.O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável da Zona da Mata de Pernambuco (Promata) conta com 150 milhões de dólares (60% contratado junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, em junho de 2002, o restante recursos do Governo) para ações integradas em saúde, educação, infra-estrutura, diversificação econômica e meio ambiente nos 43 municípios que compõem a Região, somando mais de um milhão de habitantes.As organizações de mulheres contestam, porém, que apesar de se dizer participativo, o Promata não considerou reivindicações feitas pela sociedade civil nos vários eventos que antecederam o lançamento do Programa. “A sociedade civil foi chamada a participar, até porque foi exigência do BID, mas não foi realmente ouvida. Queremos mudar isto”, diz Vera Guedes.