A segurança alimentar, o consumo consciente e o direito à cidade nunca foi tão presente na comunidade de Passarinho, situado na zona norte de Recife (Pernambuco), como está sendo agora. Nos próximos meses, cerca de 30 mulheres integrantes do projeto Mulheres Urbanas: Segurança Alimentar e Consumo Consciente recebem oficinas, discussões, intercâmbios e acompanhamento de assessoria técnica para seus quintais produtivos. O projeto de agricultura urbana é realizado pela Casa da Mulher do Nordeste e o Grupo Espaço Mulher, em parceria com as Universidades Federal e Rural de Pernambuco.
Vilma de Souza, 44 anos, moradora de Passarinho há 40 anos, teve seu espaço reduzido ao longo dos anos por causa do aumento da população em Passarinho e consequentemente da construção de moradias. Mesmo assim, continua mantendo vivo seu quintal diversificado com ervas, como a colônia, hortelã, capim santo; e também algumas fruteiras, como jaca, manga, banana, coco, graviola, seriguela e limão. “Eu sempre tive muito desejo de ter uma pessoa para orientar a minha horta, e que agora vem com o projeto. Estou muito feliz porque vai ajudar ainda mais na minha renda. Hoje dependo da minha horta para vender picolé e é tudo agroecológico”, disse.
Para a terapeuta holística Magda Santiago, 46 anos, o projeto é uma oportunidade para se aproximar do verde. “Com o projeto, desejo aprender o cultivo e como posso manter as minhas ervas, como o manjericão, manjerona, mira e outros. Meu espaço é pequeno, então pretendo criar uma horta suspensa, e assim produzir água florida, com água vegetal e folha da erva.”, completou.
O projeto conta com a parceria do Conselho de Moradores/as de Passarinho, a Universidade Federal Rural de Pernambuco, e do Núcleo de Agroecologia e Geografia da Universidade Federal de Pernambuco. Para a parceira Uschi Silva, da UFPE, realizar este trabalho em Passarinho significa trocar saberes entre o conhecimento tradicional e o conhecimento cientifico. “Acreditamos que construir um conhecimento agroecológico se dá nesse diálogo entre academia e sociedade. Estaremos na comunidade em diversos momentos, principalmente nos intercâmbios”, disse.
Fonte: Casa da Mulher do Nordeste
