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Participação, Direitos e Cidadania

Mulheres se organizam e geram renda no PA


13 de outubro de 2010

Uma grande rede de trabalhadoras do Norte do Brasil movimenta-se sem cessar pela sua autonomia. Trata-se da Associação das Organizações de Mulheres Trabalhadoras do Baixo Amazonas (AOMT-BAM), que reúne grupos e organizações de mulheres, tanto de áreas rurais quanto urbanas. Com sede em Santarém (Pará) e mais de três mil mulheres organizadas, a AOMT-BAM realiza principalmente processos de educação popular, despertando as participantes para os seus direitos, a importância de gerarem sua própria renda e para a participação sindical. O planejamento estratégico da associação prevê três linhas prioritárias de ação: capacitação e formação sobre gênero; fortalecimento da organização das mulheres; e geração de renda. É com este último tema que a associação encontra as maiores dificuldades. “Concebemos que as mulheres sem autonomia financeira têm mais dificuldade de conquistar sua emancipação”, diz a socióloga e educadora Eunice Sena, secretária de Formação da AOMT-BAM. “Organização, formação e crédito são nossos esteios na geração de renda, por meio de produtos da Amazônia e do que a floresta pode oferecer, como galinha caipira, peixes e plantas ornamentais?, acrescenta.


A AOMT-BAM dá cursos sobre o aprimoramento das técnicas de manejo de vários produtos. Para a formação em geração de renda, julga imprescindível trabalhar a cultura de subsistência, tradicional da região: a indígena. “Uma coisa é a tradição de se criar galinha caipira; outra, é trabalhar a galinha caipira como negócio. É preciso agregar valores”, frisa Sena.


História da associação


De acordo com Eunice Sena, a história da associação começou na década de 70, quando 19 trabalhadoras criaram a Associação das Empregadas Domésticas, marcando o início do movimento de mulheres no Pará. “A AOMT-BAM surge de uma demanda de mulheres de vários municípios, que alegavam: somos mulheres, mas não necessariamente domésticas”.


Para as mulheres chegarem ao nome da associação, discutiu-se o termo dona de casa. “Repudiamos o conceito dona de casa e trabalhamos a auto-estima no conceito de doméstica. Pelo casamento ou pela união estável, a mulher ganha o título de dona de casa, o que significa tomar conta dos serviços da casa, que são trabalhos domésticos. Desta forma, concluímos que as empregadas domésticas com remuneração estão em melhores condições do que as donas de casa. Não somos donas de casa, mas domésticas, sem direito a salário, férias, folgas, etc. O que falta é legalizar a profissão de doméstica, principalmente em função de direitos previdenciários”, explicou Eunice.


Assim, nasceu, em 15 de julho de 1990, a AOMT-BAM, que começou com 12 organizações e hoje possui 39, atuando em 15 municípios da região oeste do Pará. Além disto, a AOMT-BAM faz parte de redes feministas e do Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade do Pará (MMCC) e do Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense. O trabalho do grupo iniciou-se com a discussão sobre a problemática da violência contra as mulheres e dos direitos trabalhistas. Entre suas conquistas estão: Delegacia de Defesa das Mulheres, já constituídas em três municípios; implantação de programas de saúde reprodutiva; estão ativas nos Conselhos Municipais; retorno de participantes à escola; e a criação do Banco da Mulher.


Fonte: Abong

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