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Municípios na Bahia criam quintais públicos para as crianças


10 de outubro de 2013

Nos municípios de São Gabriel e Boa Vista de Tupim, no interior da Bahia, o projeto Quintais das Crianças tem trazido de volta antigas formas de brincar, tornando-as parte importante do processo de aprendizagem dos estudantes desses municípios.

Construídos em espaços públicos para fomentar o cuidado ao meio ambiente de cada local, os quintais trazem brinquedos criados com recursos naturais, como balanço de corda, pneu ou até mesmo árvores. Apoiando as escolas da região, um dos objetivos dos quintais é unir a educação regular à não-formal, fortalecendo as brincadeiras tradicionais da região e do aprendizado ao ar livre.

Nascimento

Criado em 2009, o o primeiro Quintal da Criança, construído em Quixabeiras, no município de São Gabriel (BA), é resultado da mobilização de toda a população do entorno que, em parceria com a Rede Ser-Tão Brasil, conseguiu pressionar o governo local a doar um terreno abandonado do município para a criação de um espaço destinado a brincadeiras, culturas tradicionais, resgate da memória local e preservação do meio ambiente.

O projeto reivindica a criação de espaços culturais destinados à infância como política pública dos municípios. Segundo o Centro de Referência Integral de Adolescentes (Cria), organização criadora da rede Ser-tão Brasil, as crianças têm pouco contato com a natureza, já que boa parte das famílias residem em prédios, onde não há quintal para brincar.

A praça é nossa

“A proposta é ocupar um espaço público ocioso da cidade e transformá-lo em espaço livre em forma de quintal para as crianças, mostrando a necessidade de espaços para brincar, que é onde se constrói a infância”, coordenadora do Cria, Beth Vieira.

Para tornar o direito aos espaços públicos responsabilidade de todos, foi preciso mobilizar tanto os órgãos governamentais da cidade quanto os movimentos sociais e culturais. Em um ano, a rede Ser-Tão Brasil realizou diversas reuniões com as secretarias de educação, saúde e infraestrutura do município, apontando como esses órgãos poderiam colaborar na manutenção do lugar de forma conjunta. As organizações sociais foram envolvidas em todo o processo, desde a discussão até a construção física do quintal, criando também uma ponte entre elas e o poder público.

Para Beth, um projeto como esse possibilita a mobilização da comunidade. “Um dos maiores resultados é a discussão sobre a cidade de forma articulada, envolvendo secretarias de educação, cultura, meio ambiente, fazendo com que toda a cidade passe a discutir a construção do espaço como uma política pública e integrada”, analisa.

Em 2011, foi criado o segundo quintal da criança, dessa vez, no município de Boa Vista de Tupim (BA), na mesma perspectiva do primeiro, com o intuito de incidir na implementação de um sistema cultural para o município que contemplasse a cultura voltada à infância.

Conquistas

Um dos resultados mais significativos foi a apropriação dos espaços pelas escolas do entorno, que passaram a realizar suas aulas debaixo das árvores do quintais, trabalhando novas perspectivas de aprendizagem, a partir do uso de brincadeiras e do meio ambiente como espaço educativo.

Por outro lado, houve o reconhecimento de mestres populares como educadores nos municípios, fortalecendo a arte e cultura locais, que passaram a usar os espaços para a realização de apresentações de serestas, sambadores, cantigas de roda, entre outros.

Na esfera ambiental, foram plantadas mais de cinquenta mudas de árvores nas cidades onde o quintal foi construído, fomentando o cuidado com o meio ambiente junto às crianças e a inclusão da permacultura nos currículos das escolas municipais.

O projeto despertou também a mobilização da comunidade em prol de uma causa em comum, resultando na co-gestão de um espaço público, mostrando a importância do trato com o meio ambiente em todas as instâncias, tanto do poder público quanto dos membros da sociedade, fazendo com que todos – escola, comunidade e poder público – passassem a discutir o direito à ocupação dos espaços ociosos da cidade como política pública.

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