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Erradicação da Miséria

No Dia Mundial da Alimentação FAO alerta para necessidade do desenvolvimento rural


16 de outubro de 2017

Criado na década de 1940, o Dia Mundial da Alimentação é celebrado em mais de 150 países, em 16 de outubro, com o objetivo de conscientizar a opinião pública sobre questões relativas à nutrição e à alimentação. A edição deste ano tem como tema a migração (“Mudar o futuro da migração: investir em segurança alimentar e desenvolvimento rural”). Como aponta a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a fome e a pobreza, juntamente com o aumento dos eventos climáticos extremos ligados à mudança climática, contribuem significativamente para o surgimento do fenômeno migratório.

As estimativas da FAO revelam que hoje temos o maior número de pessoas forçadas a abandonar suas casas, desde a Segunda Guerra Mundial. Muitos migrantes chegam aos países em desenvolvimento criando tensões onde os recursos são escassos, mas a maioria, cerca de 763 milhões, migram dentro de seus próprios países e não para o exterior.

Três quartos das pessoas em situação de extrema pobreza baseiam sua subsistência na agricultura e outras atividades rurais. Para enfrentar o desafio da imigração, a FAO aponta a necessidade de se criar condições que permitam às populações rurais permanecerem em seus territórios, especialmente os jovens.

“O desenvolvimento rural pode ajudar a enfrentar os fatores que forçam as pessoas a se moverem, criando oportunidades de trabalho e emprego aos jovens, baseadas não apenas nos cultivos, como por exemplo, pequenas fazendas leiteiras ou lácteas, processamento de alimentos ou horticultura. Isso também pode levar a um aumento da segurança alimentar, meios de subsistência mais resilientes, melhor acesso à proteção social, redução das disputas por recursos naturais e soluções para degradação ambiental e as mudanças climáticas”, sustenta a FAO.

A FAO está trabalhando com governos, agências da ONU, o setor privado, sociedade civil e comunidades locais para gerar evidências sobre padrões de migração e aumentar a capacidade dos países para abordar a migração por meio de políticas de desenvolvimento rural.

 

Desafios nas questões nutricionais

O Dia Mundial da Alimentação também é importante para alertar para a crise global de má nutrição causada tanto pela falta de comida como pelo consumo de alimentos processados pouco saudáveis. Os dois problemas estão relacionados com a pobreza e a desigualdade social e ameaçam cada vez mais os países em desenvolvimento, segundo um estudo publicado, dia 12 de outubro, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em colaboração com instituições acadêmicas do Reino Unido.

No mundo, já há 124 milhões de crianças e jovens – entre cinco e 19 anos – que sofrem de obesidade, número dez vezes maior do que o registrado há quatro décadas. Enquanto o problema segue crescendo entre os mais jovens, o avanço da desnutrição está diminuindo em nível global. Se estas tendências continuarem nos próximos anos, em 2022 haverá no mundo mais crianças e jovens obesos do que desnutridos, segundo o estudo, que também ressalta que há outros 213 milhões de garotos e garotas com sobrepeso. A este problema é preciso somar o dos 192 milhões de crianças e jovens com desnutrição moderada e aguda, um problema que afeta especialmente países asiáticos, como a Índia.

Obesidade é conseqüência da má nutrição

A obesidade também é uma consequência da má nutrição”, segundo Chiara di Cesare, especialista em saúde pública da Universidade de Middlesex e coautora do estudo, publicado na revista médica The Lancet. Em nível global, 5,6% das garotas e 7,8% dos garotos estão obesos. Em 1975, o primeiro ano analisado, as cifras eram de 0,7% e de 0,9%, respectivamente. Quando analisados os dados apenas do Brasil, os números são ainda mais altos: entre os meninos, a prevalência é de 12,7% e, entre as meninas, de 9,4% – em 1975, era de 0,9% para ambos e, em 2000, quando houve um estirão de crescimento, de 5,7% entre eles e de 5% entre elas.
Se o impacto da desnutrição é visível e de curto prazo – certa de três milhões de crianças morrem por estas causas a cada ano -, o da obesidade é crônico, pois fomenta doenças como o diabetes, os problemas cardiovasculares ou o câncer, que aparecem após décadas. Com esta tendência, se não se tomarem medidas “sérias” contra a obesidade, “se colocará em risco desnecessário a saúde de milhões de pessoas, o que elevará os custos humanos e econômicos”, alertou Leanne Riley, especialista da OMS e coautora do estudo.

A transição entre a desnutrição e o sobrepeso e a obesidade pode acontecer de forma rápida em países em desenvolvimento que passaram de um quadro de falta de comida a um acesso facilitado a alimentos e bebidas processadas com alto teor de gorduras, sal e açúcares e poucos nutrientes essenciais, alertam os pesquisadores. Ao mesmo tempo, “os países desenvolvidos mostram um estancamento do avanço da obesidade, mas é possível que o que esteja acontecendo seja uma redução só entre os mais ricos e um avanço entre os setores mais desfavorecidos”, adverte Di Cesare.

Fontes: Green Me; Rede Nutri; El País

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