Um carvão que não é mineral, mas feito de capim; hortaliças, frutas e legumes produzidos sem agrotóxicos; solos degradados pelas ações do homem recuperados com a ajuda de bactérias e fungos; cana-de-açúcar, feijão e arroz plantados sem adição de fertilizantes.Tudo isto é possível e graças à ciência. Com o slogan ?Parceria com a Natureza?, a Embrapa Agrobiologia, um Centro de Pesquisa da Embrapa, localizado em Seropédica, na Baixada Fluminense, tem desenvolvido alternativas que contribuem para uma melhor qualidade de vida.Os pesquisadores da Embrapa Agrobiologia trabalham, por exemplo, com microrganismos que vivem no solo, como bactérias e fungos. Apesar de estranho, eles podem ser muito benéficos para o meio ambiente. Com estas ?bactérias do bem? é possível, entre outras coisas, reduzir a aplicação de fertilizantes químicos em lavouras; melhorar a produtividade de plantações como a soja ou mesmo recuperar solos completamente sem vida destruídos por atividades como a mineração. Outro trabalho importante para a avaliação do meio ambiente e que também pode parecer curioso é o estudo da fauna existente na terra. Através da avaliação de pequenos animais como gongolos, minhocas, formigas e até cupins, os pesquisadores fazem um diagnóstico da qualidade do solo e avaliam o nível de degradação de um ambiente. Esta avaliação também é feita em solos plantados com alimentos transgênicos. Nos laboratórios da Embrapa Agrobiologia, os cientistas verificam a quantidade de micro animais e toda a biodiversidade existente para avaliar os impactos da lavoura transgênica para o meio ambiente. Mais ecológico e menos poluente – o capim que vira carvão – numa época em que a redução da emissão de gases poluentes pode até render dividendos com os créditos de carbono, formas alternativas de energia são sempre bem-vindas. Em breve, as industrias vão poder poluir menos o meio ambiente e ainda lucrar com isto. Já está em estudos pela Embrapa Agrobiologia e pelo Instituto de Pesquisas Tecnologicas da USP o capim que vira carvão. A novidade está sendo testada pela mineradora Samarco (ES), controlada pela Cia Vale do Rio Doce. Ao contrário do carvão mineral, o carvão de capim contribui para a redução do feito estufa.