Marcada para junho de 2012 e destinada a renovar o engajamento dos líderes mundiais para com a sustentabilidade do planeta, após 20 anos da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92), a cúpula Rio+20 – conferência de desenvolvimento sustentável que será realizada em 2012, no Rio de Janeiro -, reunirá 150 chefes de Estado e 50 mil delegados de diversos países, segundo projeção feita pela Organização das Nações Unidas (ONU). Os temas principais do evento são “A Economia Verde no Contexto do Desenvolvimento Sustentável” e “A Moldura Institucional para o Desenvolvimento Sustentável”.
Existe muita expectativa sobre o Brasil em relação à Rio+20. A opinião é de Achim Steiner, diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), considerado um dos maiores especialistas do mundo em economia verde.
Steiner esteve no Brasil no final de abril, onde participou de audiência pública no Senado Federal, em Brasília, na qual foram discutidos temas como a importância da Rio+20, da Copa do Mundo de futebol (2014) e das Olimpíadas (2016) – todos megaeventos que serão realizados no país nos próximos anos. Na ocasião, o chefe do Pnuma comentou sobre a oportunidade de aproveitamento de tais eventos no sentido de promover transições internas na economia e em uma infraestrutura sustentável no país.
De acordo com Steiner, nos próximos 40 anos poderemos ter cerca de 9 bilhões de pessoas no planeta, e por isso as economias devem promover mais igualdade e garantir recursos naturais para as próximas gerações, pensando em questões como segurança alimentar, acesso à água e geração e eficiência energética.
“Nós estamos agora aptos para influenciar todo o sistema climático por meio de nossas governanças, escolhas e planejamentos para o futuro, e temos que criar e influenciar novos ciclos, econômicos e sociais, que não deteriorem ainda mais o clima do planeta”, disse Steiner.
Nascido no Brasil e radicado na Alemanha, o diretor do Pnuma avaliou que, 20 anos após a organização da Rio-92, todo o mundo ainda tem entraves que foram provocados pelo domínio econômico e político, e que por isso os avanços ambientais não foram tão significativos. "A economia verde prevê eficiência e sustentabilidade nas iniciativas, e a legislação de cada nação pode contribuir muito para isso".
O diretor do Departamento de Meio Ambiente do Itamaraty, ministro Luiz Alberto Figueiredo, ressaltou que a Rio+20 é uma conferência sobre desenvolvimento, e não apenas de caráter ambiental, que vai tratar de temas como economia verde no contexto da sustentabilidade, erradicação da pobreza e governança para um avanço econômico sustentável.
Por sua vez, o senador Rodrigo Rollemberg, presidente da Comissão de Meio Ambiente e Defesa do Consumidor do Senado, observou que a Rio+20 exige novos comportamentos dos países diante dos desafios climáticos. "Temos que ter a noção de que a sustentabildiade não é apenas o uso adequado dos recursos e o progresso, mas o equilíbrio harmônico entre pilares que vão permitir o desenvolvimento em longo prazo".
Para o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Francisco Gaetani, a política ambiental do país está sendo consolidada por uma estratégia rumo à economia verde. "O Brasil é hoje uma potência ambiental, com destaque em biodiversidade, potencial alternativo para geração de energia, produção de alimentos e reservas de águas naturais. Estas características nos atribuem novas responsabilidades rumo a uma economia verde, que prevê o desenvolvimento em moldes sustentáveis, de forma a garantir recursos naturais para as futuras gerações", concluiu.
Instalações do evento
A pouco mais de um ano da Rio+20, as obras para as instalações do evento (situadas no Porto do Rio) foram vistoriadas no início de maio pelos senadores que compõem a subcomissão. O presidente do grupo, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), explicou que o objetivo da visita foi verificar se está sendo implantado um modelo sustentável nas obras. “Acho que todos os senadores estão saindo daqui muito tranquilos, pois as instalações para o evento parecem estar indo muito bem, assim como a sala de operações, que terá um papel importante”.
Buarque ressaltou que a infraestrutura é apenas dos motivos de preocupação da subcomissão. “Outro aspecto é o envolvimento mais firme da presidente Dilma Rousseff para atrair os dirigentes do mundo, além dos temas que vão ser tratados no encontro. E temos mais duas outras subcomissões preocupadas com o assunto”. Segundo o senador, a subcomissão promoverá debates na cidade do Rio para mobilizar a opinião do Estado.
“Pois, embora seja muito importante saber quem fará mais gol na Copa ou quem vai saltar mais alto nas Olimpíadas de 2016, o mais importante é saber quantos de nós sobreviverá no futuro, dependendo das medidas que serão tomadas nesta reunião da Rio+20”, concluiu Cristovam Buarque.
Com informações da Agência Brasil, Ministério do Meio Ambiente e Portal EcoDesenvolvimento.