Apesar de terem maior taxa de matrícula e escolaridade e terem menor participação no trabalho infantil, as meninas no Brasil estão mais vulneráveis ao abuso e à exploração sexual, à exploração como trabalhadoras domésticas e ao HIV/Aids. É o que revela o livro ?Olhares Femininos, Mulheres Brasileiras?, uma iniciativa do Sesc Rio, X Brasil, Fundação Ford e Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.
Em 2003, segundo dados do Ministério da Saúde/Programa Nacional de DST e Aids, a taxa de incidência por 100 mil habitantes foi de 1,6 para adolescentes meninos – com idades entre 13 a 19 anos -, quando para as adolescentes meninas foi de 2,1 no mesmo ano, na mesma faixa etária. Além disso, centenas de milhares de meninas afastam-se dos estudos todos os anos por causa da gravidez na adolescência.
De acordo com o livro, no qual o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) chama atenção para a situação das meninas brasileiras, as mulheres continuam em condições mais desfavoráveis, desde a infância.
“Para o Unicef, o investimento na mulher começa nos primeiros anos de vida. Garantir direitos iguais a meninos e meninas, respeitando suas diferenças, é nosso principal desafio. Meninas com acesso à educação de qualidade, por exemplo, ficam mais aptas a proteger-se do HIV, da violência e da exploração”, afirmou a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, em sua participação no projeto da X-Brasil.
Circuito multimídia
A obra, foi lançada juntamente com o livro ?De mãos dadas?, no circuito multimídia ?Olhares Femininos, Mulheres Brasileiras?, realizado em maio, no Rio de Janeiro. O objetivo do evento foi estimular um balanço da condição da mulher brasileira e mobilizar a sociedade para temas cruciais, como a questão da prostituição infantil e do comércio ilegal de meninas e jovens. O circuito também teve debates, exposição fotográfica e exibição de filmes e documentários.