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Obsolescência programada: armadilha do nosso tempo


20 de fevereiro de 2014
A redução da vida útil dos produtos chamou a atenção da cineasta alemã Cosima Dannoritzer, que decidiu investigar os comentários disseminados pelos mais velhos de que “antigamente as coisas duravam mais”. O resultado da pesquisa foi o documentário The Light Bulb Conspiracy (A Obsolescência Programada), lançado em 2010.
A obra mostra que o modelo de produção e de consumo que existe hoje mudou a relação do indivíduo com o produto, gerou inúmeras consequências ambientais e, também, propiciou a ascensão de resistências dentro da sociedade contra o consumismo ilimitado.
No documentário, Dannoritzer reflete sobre as relações de poder sócio-econômico dentro deste sistema de consumo e suas consequências ambientais. Uma delas é o crescente número de resíduos eletrônicos que, muitas vezes, são transportados e despejados em países em desenvolvimento, embora haja um tratado que proíba este tipo de prática.
O exemplo apresentado no filme é Agbogbloshie, no subúrbio de Accra, em Gana. O local tornou-se depósito de lixo eletrônico de países desenvolvidos como Dinamarca, Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido, que enviam seus resíduos sob o pretexto de ajudar o país, alegando que estes eletrônicos ainda podem ser reutilizados. No entanto, o documentário desmente esta afirmação, pois mais de 80% desses resíduos não podem ser reciclados.
O que é obsolescência programada?
Com o uso, é natural que um produto sofra desgastes e se torne antigo com o passar do tempo. O que não é natural é que o fabricante determine a vida útil de um objeto, visando aumentar o consumo. Esta prática, conhecida como obsolescência programada, foi utilizada pela primeira vez pela indústria de lâmpadas, na década de 20, e levanta muita discussão por estimular o consumo exagerado e acarretar danos ao meio ambiente.
Apesar do avanço tecnológico, que resultou na criação de uma diversidade de materiais disponíveis para produção e consumo, hoje nossos eletrodomésticos são piores, em questão de durabilidade, do que há 50 anos. Os produtos são fáceis de comprar, mas são desenhados para não durar. Por esta razão, o consumidor sofre para dar a eles uma destinação final adequada e ainda se vê obrigado a comprar outro produto.
Na área tecnológica, a obsolescência programada pode ser vista com maior frequência. Geralmente, durante o período de garantia, os desktops e notebooks de alguns fabricantes funcionam normalmente. No entanto, após o fim desse prazo, passam a apresentar defeitos como superaquecimento ou esgotamento da bateria. Na quase totalidade dos casos o preço do conserto é tão alto que não vale a pena, e os consumidores são impelidos a adquirir um produto novo.
É importante lembrar que a humanidade já está consumindo 30% a mais do que o planeta é capaz de repor e é preciso que haja uma redução em até 40% as emissões de gases de efeito estufa para que a temperatura não suba mais do que 2º C.
Diante de uma situação tão alarmante, mudanças dos padrões de produção e consumo, de forma a diminuir o descarte desnecessário de toneladas de lixo eletrônico e tóxico no planeta, são essenciais para reverter esse quadro.
Além disso, é dever do Estado regularizar, fiscalizar e induzir esses novos padrões. As empresas, por sua vez, devem garantir ao consumidor acesso à informação e assumir a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, visando ao desenho adequado dos produtos e embalagens e o fim da obsolescência programada.
Com informações Idec, Goethe-Institut Brasilien
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