Vimos em todo o mundo, e no Brasil em junho de 2013, manifestações sociopolíticas que usaram as redes sociais como ferramenta de mobilização e convocação das pessoas. Muitas dessas mobilizações tiveram resultados práticos, como a queda de Hosni Mubarak no Egito. No entanto, após a explosão inicial, o Brasil e muitos outros países não têm conseguido se organizar para atuar no sistema político. O que é necessário para que a pressão política surgida em mobilizações online perdure no longo prazo e consiga obter conquistas palpáveis? As redes sociais e a internet são ferramentas eficientes para mobilizações em torno de uma causa comum?
Para responder a essas e outras questões, a Rede Mobilizadores promove, de 18 a 22 de janeiro, a oficina online gratuita Redes Sociais e Mobilização, com facilitação de Gustavo Gindre, jornalista, professor e integrante do Coletivo Intervozes. A iniciativa conta com o apoio do Banco do Brasil, Furnas e Eletronuclear
Se as mudanças políticas têm se mostrado mais difíceis, as pequenas conquistas locais têm se multiplicado via uso da internet. Em várias partes do mundo e no Brasil há vários exemplos de iniciativas socioambientais que têm como base a internet e/ou as redes sociais. No Brasil, alguns exemplos são as plataformas sociais Meu Rio, Minha Sampa, e o aplicativo Colab que têm obtido várias conquistas práticas.
O Meu Rio, por exemplo, foi fundado em 2011 e virou referência de mobilização pela internet. Seus criadores conseguiram diversas conquistas, como: fazer com que as lan houses fossem reconhecidas como atividade “de especial interesse para a universalização do acesso à internet; evitar que uma escola pública fosse demolida para virar estacionamento; viabilizar a criação de uma unidade policial especializada em pessoas desaparecidas.
Na Argentina, a jovem Pia Mancini criou o aplicativo DemocracyOS que permite que os eleitores deem sua opinião sobre propostas apresentadas no Congresso, forçando os políticos a ouvirem os cidadãos antes de tomarem suas decisões.
As redes sociais também têm sido usadas como ferramenta para mobilizar pessoas para ações humanitárias. Cidadãos de diversos países europeus têm criado grupos no Facebook para ajudar os milhares de refugiados que chegam ao continente. Esses grupos estimulam, entre outras coisas, que os usuários compartilhem seus lares, que façam doações e participem em ações voluntárias.
Durante a oficina, além de conhecer mais sobre as mobilizações online, os participantes terão a oportunidade de debater sobre as ferramentas que têm nas mãos e os usos que podem dar a elas para obterem conquistas coletivas importantes.
Inscrições
As inscrições para a oficina podem ser feitas de 12 a 15 de janeiro. Para se inscrever, é preciso estar cadastrado no site da Rede Mobilizadores.