Neste dia 17 de junho, quando se celebra o Dia Mundial de Combate à Desertificação, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) alertou que a desertificação e a degradação do solo ameaçam cerca de 1 bilhão de pessoas em mais de cem países. Segundo o diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner, as mudanças climáticas vêm acentuando o avanço do fenômeno. Ele pediu que os governos consigam chegar a um acordo na próxima reunião sobre o tema que acontecerá em Copenhague (Dinamarca) no fim do ano.
Também por ocasião do Dia Mundial de Combate à desertificação, o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, indicou que a desertificação e a seca ameaçam tanto a estabilidade dos países como a internacional. Ele defendeu também que as atuais modalidades de consumo e produção mundiais são insustentáveis e darão lugar a outras crises alimentares como que ocorreu em 2008. Ban Ki-moon sublinhou que a agricultura e a pecuária consumem 70% dos recursos de água doce e provocam 80% do desmatamento, lembrando que os pobres serão os primeiros a sofrer as conseqüências e os últimos a se recuperar.
No Brasil, segundo estudo realizado na Universidade Federal Rural de Pernambuco, quatro áreas concentram o maior risco de desertificação do Nordeste: as cidades de Gilbués (PI), Irauçuba (CE), Seridó (PB) e Cabrobó (PE). A Paraíba, segundo informações do jornal O Norte, é o estado mais atingido por desertificação na região. Cerca de 70% do território paraibano está em processo de destruição do seu potencial produtivo da terra. As regiões mais atingidas são o Cariri e o Seridó. De acordo com um relatório do Ministério do Meio Ambiente de 2007, cerca de 55,25% do território nordestino está em processo de desertificação, em menor ou maior grau. Desse percentual, 180 mil quilômetros quadrados está em situação grave.
O que é Desertificação
Desertificação é definida como processo de destruição do potencial produtivo da terra nas regiões de clima árido, semi-árido e sub-úmido seco. As causas mais freqüentes da desertificação estão associadas ao uso inadequado do solo e da água no desenvolvimento de atividades agropecuárias, na mineração, na irrigação mal planejada e no desmatamento indiscriminado.
Principais problemas:
– vulnerabilidade às secas, que impactam diretamente a agricultura de sequeiro e pecuária- fraca capacidade de reorganizar a estrutura produtiva do sertão- desmatamento resultante da pecuária extensiva e do uso de madeira para fins energéticos- problemas graves de desertificação já identificados- sinalização dos solos decorrente do manejo inadequado na agricultura e no pastoreio- perda de dinamismo de atividades industriais e comerciais- precária conservação da infra-estrutura rodoviária- precário atendimento dos serviços de comunicação- precário sistema de difusão tecnológica- baixa produção científica e tecnológica para as necessidades do semi-árido- deficiência nos níveis de capacitação da mão-de-obra rural, industrial e do comércio- fragilidade institucional- gestão municipal sem planejamento e comprometimento com objetivos a longo prazo.
Algumas causas comuns de desertificação são:
– Desmatamento: deixa os solos descobertos e expostos à erosão
– Uso intensivo do solo: provoca erosão e compromete a produtividade, repercutindo diretamente na situação econômica do agricultor.
– Irrigação mal conduzida: provoca a salinização dos solos, inviabilizando algumas áreas e perímetros irrigados do semi-árido