Iniciativas para redução de risco de desastres devem reconhecer porque as pessoas vivem em risco e como os comportamentos e atitudes relacionados à cultura afetam sua exposição e sensibilidade ao perigo, afirma novo relatório apoiado pelas Nações Unidas publicado nesta terça-feira (28). O Relatório de Desastres Mundiais deste ano explora como a cultura pode se tornar uma consideração central nos esforços de redução de riscos de catástrofes e analisa a influência desses acontecimentos na cultura.
O objetivo é compreender o que deve ser feito quando um povo atribui a culpa de uma enchente a um deus zangado, por exemplo, como ocorreu na Índia em 2008. Nos EUA, crenças similares se espalharam durante o furacão Katrina, segundo as quais Deus estaria demonstrando seu descontentamento com o comportamento de membros da população da região de Nova Orleans.
Reconhecendo o fato de que centenas de milhões de pessoas vivem em lugares perigosos – incluindo entornos de vulcões, zonas de terremotos e costas expostas a tempestades e tsunamis – o relatório lembra que muitas pessoas precisam viver em tais ambientes de alto risco porque é onde ganham seu sustento. Para reduzir estes riscos, é essencial concentrar esforços para tornar os meios de subsistência mais robustos, seguros e, se necessário, substituí-los.
Conciliar as crenças de saúde locais ou as práticas cotidianas com intervenções de saúde pública também é vital, uma vez que a percepção de riscos envolve tradições, crenças e práticas sociais que, por vezes, não coincidem com as expectativas dessas iniciativas. Por isso, os futuros investimentos na redução de risco de desastres devem ser direcionados a abordagens mais humanas e sensíveis às culturas.
Fonte: ONU