Levantamento feito pelo Comitê Oxford de Combate à Fome (Oxfam) mostra que os países mais ricos não disponibilizaram quase nada neste ano para financiar ações de adaptação e mitigação às mudanças climáticas, um dos pontos-chave da Conferência do Clima (COP 19), que começou dia 11 de novembro, em Varsóvia.
Segundo a ONG, US$ 16,3 bilhões foram apresentados em 2013, sendo que na realidade somente US$ 7,6 bilhões teriam sido disponibilizados. Um valor muito abaixo da meta de US$ 100 bilhões que costuma ser defendida nas COPs.
Para se ter ideia de como é insignificante essa quantia, a Oxfam ressalta que somente em subsídios para combustíveis fósseis, nações como os Estados Unidos e a Inglaterra costumam gastar anualmente até US$ 90 bilhões.
Além de criticar os subsídios às fontes fósseis, a entidade destaca que os países mais ricos estão preferindo lidar domesticamente com as mudanças climáticas, sem levar em consideração que outras regiões mais pobres e vulneráveis estão precisando de recursos com urgência. A Austrália, por exemplo, gastou o equivalente a US$ 12 bilhões neste ano para minimizar os problemas relacionados com a estiagem e a escassez de recursos hídricos.
“Os ricos estão protegendo seus próprios quintais ao mesmo tempo em que investem em energias poluentes que aceleram as mudanças climáticas. Se novamente não resolvermos essa questão [na COP 19], veremos mais famintos, mais prejuízos e menor confiança de que um acordo climático global é mesmo possível até 2015”, disse Kelly Dent, porta-voz da Oxfam.