A reserva Pataxó de Jaqueira, situada em Coroa Vermelha, no sul da Bahia, desenvolve um projeto de ecoturismo na região, que é uma das mais exploradas pelo turismo de massa no estado. É nesta aldeia, próxima a Porto Seguro, que turistas são recebidos por Pataxós e aprendem sobre a cultura do povo. O objetivo da interação é fazer com que o turista, depois da aproximação com a comunidade, respeite as regras da aldeia e valorize o que conheceu, em vez de apenas comprar artesanato local.Com a renda gerada com o turismo na comunidade, os Pataxós ajudam a escola indígena e o posto de saúde, além de darem suporte às associações que não têm espaço físico, como associação de pescadores, cooperativa de habitação, associação comunitária e associação de agricultores indígenas. Os Pataxós praticam turismo comunitário há dez anos, movidos pela necessidade de aproveitar o espaço em que vivem sem agredir a mata primária. Já que vivem em área turística, os indígenas decidiram se adequar. ?A gente viu a necessidade de o visitante chegar na comunidade e não ver o indígena só como objeto de exposição, de chegar só para comprar o artesanato e ir embora?, diz Jaguatiry Pataxó. Segundo ele, agências que atuam com turismo de massa já procuraram a aldeia, em vão. ?A gente não quer quantidade, quer qualidade. Não adianta vir com quinhentos turistas que a gente não vai conseguir dar o nosso recado?, ressalta.Até 1950 o povo Pataxó vivia em uma só comunidade. Neste ano, policiais os confundiram com um grupo que havia saqueado uma vila e o confronto culminou em 28 dias de massacre. Depois disso, o povo se dividiu e, hoje, 15 mil Pataxós vivem em 20 aldeias na Bahia e em três em Minas Gerais.