No dia 8 de dezembro, a capital da China vive seu primeiro dia de alerta vermelho pelo alto índice de poluição do ar, no qual se destacam as restrições ao trânsito.
O Escritório de Meio Ambiente de Pequim emitiu o alerta, o primeiro deste tipo na história local, na noite anterior (7) para que entrasse em vigor a partir das 7h locais (21h de Brasília de segunda-feira), devido aos níveis perigosos de qualidade do ar.
O alerta vermelho, o mais alto em uma escala de quatro cores, determina que metade dos automóveis particulares não podem circular através de um rodízio em função do último número da placa e do dia do mês.
Também está proibida a circulação de caminhões pesados, o que, em conjunto, tornou o trânsito na cidade claramente mais tranquilo do que o habitual na hora do rush nesta manhã.
Para compensar os cerca 2 milhões de habitantes que não poderão usar seus automóveis, a administração da cidade estendeu os horários e aumentou a oferta de serviços do transporte público.
As medidas mais importantes se referem à indústria e ao setor da construção. As grandes obras foram suspensas e as fábricas que mais poluem reduziram ou interromperam sua produção.
Além da construção, os setores mais afetados são o de geração de energia, siderurgia e produção de cimento e coque.
As escolas primárias e secundárias suspenderam as aulas, mas os centros seguem abertos para os alunos que precisam para que seus pais possam trabalhar.
Também foi solicitado às empresas e às instituições oficiais que ofereçam horários flexíveis para seus funcionários e algumas até permitiram que empregados trabalhassem de suas casas.
O alerta ficará em vigor até o meio-dia do dia 10 (2h de Brasília, dia 10) e, pouco depois, espera-se que uma frente fria com ventos constantes disperse a nuvem de poluição.
Este é o segundo episódio de poluição aguda em Pequim em pouco mais de uma semana. O último, que começou no final de novembro, registrou, no entanto, números muito piores de qualidade do ar, mas o Escritório de Meio Ambiente municipal não emitiu alerta superior ao laranja.
Naquela ocasião, as autoridades da capital receberam várias críticas por não terem declarado o alerta vermelho e por terem permitido que as crianças frequentassem as aulas.
No entanto, os níveis atuais de poluição em Pequim não são tão graves em termos históricos e são relativamente recorrentes nesta época do ano, quando o uso da calefação aumenta o consumo de energia, baseada principalmente na queima de carvão.
O sistema de detecção da embaixada americana, que normalmente informa números mais altos que os oficiais da administração chinesa, assinalava nestes dois dias (7 e 8) níveis de partículas finas PM 2,5 – as mais perigosas para a saúde – de entre 200 e 300 microgramas por metros cúbicos, com um pico de 315 às 6h locais.
Por outro lado, na semana anterior, em três dias consecutivos foram registrados índices de entre 450 e 666 microgramas, as piores concentrações do ano de 2015, mas o alerta não passou de laranja.
Fonte: G1
Imagem: Damir Sagolj / Reuters