Dar visibilidade e oportunidade a mulheres empreendedoras. Com esse objetivo, foi realizada, de 05 a 08 de junho, na Estação Central do Metrô de Recife, a I Feira da Economia Feminista e Solidária de Pernambuco. O evento foi o primeiro de uma série de feiras de economia solidária com a participação de mulheres por todo o Brasil e contou também com dois seminários sobre a organização produtiva das mulheres.Cerca de 75 grupos de mulheres de diferentes origens e ocupações (agricultoras familiares, assentadas da reforma agrária, quilombolas e urbanas) expuseram seu trabalho: artesanato, produtos da agricultura, da agroindústria e da arte culinária. Foram realizados dois seminários abordando a economia feminista e solidária, os programas e políticas governamentais para fortalecimento da organização produtiva das mulheres e uma feira com produtos agroecológicos, no dia 7 de junho.A assessora especial do Programa de Promoção de Igualdade, Raça e Etnia (Ppigre), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Andréa Butto, acredita que esse tipo de evento impulsiona um diálogo mais direto entre movimentos sociais e poder público, em busca de uma avaliação das políticas públicas implementadas na área. “É importante dar apoio à gestão e comercialização dos produtos, além de promover a integração, oferecendo assistência técnica e possibilitando o acesso ao crédito”, afirma.Os agrupamentos femininos possuem determinadas características que os diferenciam das organizações masculinas. Andréa ressalta que a maior parte está na economia informal, dentro de organizações mistas, com menor acesso às políticas públicas: “Por isso, esses programas funcionam como uma ação afirmativa, constituindo estratégia clara do esforço para integrar essas mulheres”.A assessora especial destaca ainda que as mulheres se aproximam por um interesse não somente econômico, mas também social, procurando levar uma conscientização social para suas comunidades. “Essas organizações são fruto de um processo em construção de movimentos sociais de mulheres autônomas”, enfatiza.Programa de Organização Produtiva das Mulheres RuraisAntes da realização do evento, formou-se uma Comissão Organizadora constituída por órgãos do poder público (MDA, governo do estado de Pernambuco e prefeitura de Recife) e movimentos sociais rurais e urbanos. Além da participação no desenvolvimento do conceito da feira, os movimentos se envolveram na escolha dos critérios para exposição dos produtos.A Feira do Recife foi o primeiro de nove outros eventos que serão realizados em vários estados brasileiros como parte do Programa de Organização Produtiva das Mulheres Rurais, lançado pelo governo federal em março deste ano. O programa prevê, ao todo, o investimento de R$ 3 milhões para a realização de feiras até 2011. Rio Grande do Norte e Pará são os próximos estados a receber esse tipo de evento.O evento foi promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio do Programa de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia (Ppigre) e da Delegacia Federal do MDA/PE, pelo governo do estado de Pernambuco (através da Secretaria Especial da Mulher) e pela prefeitura do Recife. O encontro conta, ainda, com a parceria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), dos movimentos sociais e das redes de produtoras rurais e urbanas.