Uma pesquisa feita, em 2005, pela Subsecretaria de Pesquisa e Opinião do Senado Federal com 815 mulheres, com 16 anos de idade ou mais, das 27 capitais brasileiras, e divulgada esse ano, revelou que 17% das entrevistadas declararam ter sofrido algum tipo de violência doméstica, seja física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial. A amostra da pesquisa pode ser extrapolada para um universo de mais de 16 milhões de mulheres, de acordo com censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000. O levantamento mostrou ainda, que o maior agressor da mulher brasileira é o marido ou o companheiro, em 65% dos casos. Quatro em cada 10 mulheres entrevistadas afirmaram que já presenciaram algum ato de violência contra mulheres. A maioria delas não se considera respeitada nem dentro de casa, nem no trabalho e 95% das mulheres responderam que é importante ou muito importante a criação de uma legislação específica para proteção da mulher na sociedade. Uma particularidade que chama a atenção é quanto à resistência que as mulheres têm de denunciar atos de violência praticados contra elas, em função da importância que dão à manutenção da família e também porque atribuem muita fragilidade à apuração e à punição da violência doméstica. Mesmo quando denunciam, as mulheres continuam sendo agredidas. Para as que reconheceram que foram vítimas de algum ato violento, 50% afirmam ter sofrido agressão quatro ou mais vezes, 21% delas já foram agredidas duas ou três vezes e 28% admitem ter sofrido alguma agressão uma vez.