Em 2005, quase 60% dos postos de trabalho criados por atividades ligadas ao turismo não possuíam vínculo formal. A informação é da pesquisa ?Economia do turismo: uma perspectiva macroeconômica 2000-2005?, divulgada em 19 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estes postos de trabalho correspondiam a 4,8 milhões de vagas, das quais 1,6 milhão pertenciam a trabalhadores sem carteira assinada, e 3,2 milhões a trabalhadores autônomos.
Do total de ocupações com vínculo formal, o setor de transporte rodoviário apresentou a maior participação, 34,4% do total, correspondendo a 1,1 milhão de postos de trabalho. Em seguida, vieram os serviços de alimentação, que responderam por 31,27%, com um milhão de vagas, e atividades recreativas, culturais e desportivas, com 9,34%, ou 309 mil postos de trabalho.
Com relação ao total de rendimentos, as Atividades Características do Turismo (ACT) pagaram um montante de R$ 52,9 bilhões, que representou 8,84% do total pago pelo setor de serviços e 6,14% do total pago pela economia brasileira em 2005.
Segundo o técnico responsável pela pesquisa, Guilherme Telles, a participação do valor adicionado – que corresponde ao total gerado na economia depois de pago o consumo de produção – do total das atividades ligadas ao turismo apresentou um comportamento semelhante ao da economia do país. “As variações observadas de 2000 até 2005 não são significativas a ponto de apresentarem um comportamento único para estas atividades. Elas são do setor de serviços e bastante integradas à economia brasileira”, avaliou.
Telles ressaltou, no entanto, que entre 2002 e 2004 houve uma redução na participação das atividades ligadas ao turismo no valor adicionado da economia. “Houve um crescimento das ACT, mas um pouco menor que o da economia brasileira. Mas em 2005, esse valor adicionado apresentou uma taxa de crescimento maior que o da economia do país”, complementou.
Com informações de Aline Beckstein/Agência Brasil