O governo federal iniciou, no dia 2 de abril, em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, a Pesquisa Nacional do Consumo Alimentar e Perfil Nutricional de Escolares, Modelos de Gestão e de Controle Social do Programa Nacional de Alimentação Escolar ? PNAE. É a primeira vez que um estudo dessa natureza irá avaliar o programa em escala nacional e apontar alternativas para, se necessário, adequar as merendas oferecidas, visando reduzir riscos de várias doenças entre as crianças.
Ao todo, serão visitados durante os próximos dois meses 690 municípios e entrevistados 21.600 estudantes do ensino fundamental em 1.080 escolas federais, estaduais e municipais, públicas e filantrópicas (inclusive em quilombos, indígenas e assentamentos). Em cada escola, serão entrevistados ainda uma merendeira, um professor e um diretor. A pesquisa ouvirá também 1.980 membros de Conselhos de Alimentação Escolar (CAE).
A Pesquisa Nacional do Consumo Alimentar e Perfil Nutricional de Escolares vai avaliar a eficiência, eficácia e efetividade do PNAE, maior e mais antigo programa de alimentação e nutrição do Brasil.Atualmente, não há informações sistemáticas sobre o consumo alimentar praticado nas escolas públicas e filantrópicas, nem mesmo estudos representativos e consolidadosdos cardápios oferecidos nas diferentes regiões brasileiras.
Para alcançar esse objetivo, será feita a análise dos cardápios, sua aceitabilidade e adequação do consumo em relação às necessidades nutricionais. Também será realizado o diagnóstico do estado nutricional da criança, baseado na antropometria (ciência que faz a medição do corpo humano), e avaliado o aspecto da segurança alimentar em relação ao controle do alimento, à infra-estrutura e às condições higiênico-sanitárias do local de produção e distribuição da alimentação escolar.
A pesquisa recebeu recursos da ordem de R$ 3 milhões, oriundos do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e será executada pela Associação Brasileira de Nutrição (Asbran). A instituição foi escolhida por meio de seleção pública lançada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) em 2005. Além do MDS, o projeto envolve ações dos Ministérios da Educação (MEC), Ciência e Tecnologia (MCT), Saúde (MS) e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
São co-executores do estudo as Universidades Federais de Pernambuco e do Paraná, o Ibase e a União Social Camiliana/Centro Universitário São Camilo. Apóiam o trabalho os Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição Escolar da Universidade de Brasília e da Universidade Federal de São Paulo.
Segundo o presidente do Consea, Francisco Menezes, a pesquisa é ?fundamental para o acompanhamento da questão alimentar e nutricional no país e dos impactos que os programas sociais exercem sobre os grupos mais vulneráveis à insegurança alimentar?.
Esse acompanhamento, ressalta a professora Andrea Polo Galante, presidente da Asbran e coordenadora da pesquisa, também se faz necessário para o cumprimento das recomendações nutricionais para a merenda. ?É de extrema importância avaliar não só o programa de alimentação escolar, mas também se as recomendações nutricionais estão sendo cumpridas, por meio de cardápios equilibrados em energia, proteínas, lipídios, vitaminas e sais minerais, bem como avaliar o estado nutricional desses escolares. ?
Os recursos do PNAE são repassados diretamente aos estados, Distrito Federal e municípios. Em 2004, os investimentos atingiram aproximadamente R$ 1,03 bilhão, beneficiando cerca de 34 milhões de alunos. Em 2005, os recursos chegaram a aproximadamente R$ 1,3 bilhão.
Fonte: Agência Ibase (www.ibase.br)