Uma pesquisa do Ministério do Desenvolvimento Social, que tem apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), vai traçar o perfil dos beneficiários e analisar o desempenho do programa de inclusão produtiva do governo federal, que financia 38 projetos de geração de renda para jovens pobres no Brasil.
A iniciativa, que teve início em julho deste ano, patrocina ações tão diversas como a criação de um pólo de desenvolvimento de softwares no Ceará, a formação de uma cooperativa para a produção de papel artesanal em Roraima, e um curso de modelagem, corte e costura de peças íntimas no Espírito Santo. Dos 38 projetos de geração de trabalho e renda aprovados, 16 são da região Sudeste; oito do Nordeste; oito do Sul; três do Norte; e três do Centro-Oeste.
Os projetos, coordenados por 28 universidades brasileiras, estão sendo monitorados e devem passar pela primeira avaliação já em janeiro de 2007, segundo Daniele Valverde, assessora técnica da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação, do Ministério do Desenvolvimento Social. A idéia, de acordo com ela, é analisar o perfil dos beneficiários, a localização e a área de atuação das iniciativas. Os resultados serão usados para remodelar alguns projetos. “Esse trabalho ainda servirá para difundir as experiências bem-sucedidas que possam ser aplicadas em outros lugares”, afirma.
Uma pesquisa preliminar respondida por 35 dos 38 coordenadores de projetos já permite identificar algumas características do programa. Atualmente, as iniciativas beneficiam diretamente 3.608 jovens e, indiretamente, outros 10.172. Dos beneficiários diretos, 476 recebem o Bolsa Família. O levantamento ainda aponta que o Sudeste tem a maior fatia dos projetos (40%), seguido pelo Sul (22,8%), Nordeste (20%) e Centro-Oeste e Norte (empatados com 8,6%).
O trabalho a partir de agora deve envolver um levantamento mais minucioso do perfil dos jovens que participam do programa, segundo Daniele. Ela conta que o cadastramento dos beneficiários, por exemplo, vai apontar características como sexo, cor, escolaridade, moradia, trabalho, violência e expectativa em relação à iniciativa. A metodologia que será usada nessa pesquisa está sendo desenvolvida por cinco consultores do PNUD. “Nós estamos construindo um sistema de monitoramento e avaliação que servirá para todas as iniciativas”, explica Letícia Navegante, uma das consultoras contratadas.
O monitoramento e a avaliação dos projetos foram temas debatidos no 1° Encontro Nacional do Projeto de Inclusão Produtiva de Jovens, realizado de 05 a 08 de dezembro, em Brasília. O evento, que reuniu os coordenadores das 38 iniciativas e representantes do ministério e do PNUD, teve o objetivo de permitir a troca de experiências entre os projetos. “Foi bastante interessante, porque havia projetos do mesmo estado que não se conheciam e que saíram com planos de firmar uma parceria”, conta a consultora do PNUD.
Fonte: PNUD (www.pnud.org.br), com base em matéria de Alan Infante