A população carcerária feminina no Brasil aumentou 567,4% nos últimos 15 anos, passando de 5.601 presas, em 2000, para 37.380, em 2014, revelou um estudo divulgado, dia 5 de novembro, pelo Ministério da Justiça.
Essa taxa de crescimento é quase cinco vezes maior do que o aumento médio no número de presos geral no país, que ficou em 119% para o mesmo período. O Brasil possuiu a quinta maior população carcerária feminina do mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos (205 mil), China (103 mil), Rússia (5 mil) e Tailândia (44 mil).
O primeiro relatório que traça um perfil da população penitenciária feminina brasileira revelou ainda que metade das mulheres encarceradas tem entre 18 e 29 anos. A maioria das presas (68%) é negra, e três em cada dez mulheres estão detidas sem condenação.
O estado São Paulo possui a maior população absoluta de mulheres encarceradas, concentrado 39% das presas no país em 2014. O estado é seguido pelo Rio de Janeiro, com 11% do total, e Minas Gerais, 8,2%.
O tráfico de drogas é principal delito cometido por mulheres no Brasil. Esse crime é responsável por 68% das detenções femininas, seguido de furto, 9%, e roubo, 8%.
O relatório mostrou também que em 2014 havia cerca de 2,7 mil estrangeiros presos no Brasil, sendo 21% deles mulheres. Mais da metade delas é do continente americano, sendo Bolívia e Paraguai, os dois principais países de origem de estrangeiras detidas em território brasileiro.
O principal problema do sistema carcerário brasileiro continua sendo os estabelecimentos prisionais. Atualmente, há mais 607 mil presos no país, no entanto, a capacidade do sistema é para 376 mil pessoas.
Das 1,4 mil unidades prisionais, apenas 103 são exclusivamente femininas e 239 são mistas. “O que se vê, em muitos casos, são estabelecimentos masculinos adaptados precariamente para receber mulheres, não oferecendo condições básicas para ela e para os filhos pequenos, que ficam com as mães até determinada idade”, explica a diretora de Políticas Penitenciárias do Departamento Penitenciário Nacional, Valdirene Daufemback.
Fonte: DW