Enquanto Paraty (RJ) sediou pela sexta vez a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), no roteiro alternativo conhecido como Off Flip ? Circuito Paralelo de Idéias, índios guaranis divulgaram seu artesanato, uma comunidade remanescente de quilombo fez apresentações de danças típicas e escritores locais lançaram livros.Enquanto a obra de Machado de Assis foi a principal atração do circuito oficial da feira, no Off Flip o escritor paratiense Jorginho Miguel recebeu destaque. Além dele, o escritor Themiltom Tavares lançou o livro de ficção ?Trindade?, enquanto o poeta Flávio Araújo lançou a obra ?Zangareio? que, segundo a organizadora do Off Flip, Lia Capovilla, ?traz na poesia a perspectiva de um caiçara, que ele é ? um tipo humano que vive no litoral. Uma mistura de índio, negro e português. O ponto de vista dele é diferente do das pessoas da cidade?, opinou ela.Além de abrigar um centro histórico com antigos casarões, possuir praias e cachoeiras, Paraty tem duas aldeias indígenas guaranis, Araponga e Parati-Mirim, que participaram do roteiro alternativo com produção de artesanato e lançamento de livro sobre lendas guaranis, compiladas pela escritora Patrícia Solare. A comunidade remanescente de quilombo Campinho da Independência, localizada a 17 quilômetros do centro da cidade, fez apresentações de danças típicas durante a Off Flip e mostrou, na própria comunidade, produção artesanal de farinha.Para Lia Capovilla, que mora há 16 anos em Paraty, a participação da comunidade local na Off Flip é uma oportunidade de apresentar artistas da cidade aos visitantes. ?O objetivo é criar uma participação maior das pessoas da cidade, que têm oportunidade de apresentar suas manifestações culturais e reforçar sua identidade?, destacou.