A eliminação da desigualdade de gênero na educação, prevista no terceiro dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), foi atingida por apenas 24 dos 141 países e territórios para os quais há dados de 2005, apontam os números atualizados da Divisão de Estatísticas das Nações Unidas. Em 117 nações, a proporção de meninos matriculados no ensino primário e secundário era maior que a de meninas ? já descontadas eventuais diferenças no número de homens e mulheres na população.
A igualdade entre os gêneros nos dois níveis ensinos ? equivalentes ao fundamental e ao médio no Brasil ? faz parte da meta do terceiro Objetivo do Milênio: eliminar a disparidade entre os sexos no ensino primário e secundário, se possível até 2005, e em todos os níveis de ensino, a mais tardar até 2015. A maioria dos países e territórios que a alcançou fica na América (Bahamas, Barbados, Bermudas, Equador, Honduras, Jamaica, Montserrat, Peru e Suriname), na Ásia (Armênia, Geórgia, Brunei, Cingapura, Japão, Mongólia), na Europa (Luxemburgo, Suécia, Dinamarca e Noruega) e na Oceania (Kiribati, Samoa e Nova Zelândia). Apenas dois países são da África: Lesoto e Namíbia.
O site oficial de estatísticas da ONU para os Objetivos do Milênio só têm dados do Brasil relativos a 2004, que apontam que o país cumpriu a meta para o ensino médio, mas não para o fundamental. Informações da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2005, porém, indicam que a proporção de mulheres que freqüentam a escola é maior que a dos homens em todos os níveis de ensino, superior inclusive. ?A meta não corresponde muito à nossa realidade. Nossos dados mostram que a paridade de gênero existe. Não só isso, mas que as mulheres apresentam melhor desempenho e freqüência?, afirma Nina Madsen, assistente de programa do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM) no Brasil. ?A discussão agora tem que ser outra. A da qualidade da escola, da formulação de conteúdo, dos parâmetros didáticos, da formação dos professores e do próprio sistema educacional?, comenta.
Para avaliar quais nações e territórios alcançaram a meta, a ONU usa a razão de mulheres para cada homem matriculado na escola. Um indicador maior que 0 e menor que 1 aponta que há mais meninos nas salas de aula do que meninas. Quando a razão é 1, o número de matriculados é o mesmo para os dois gêneros e, quando é maior que 1, há mais alunas que alunos.
Fonte: Pnud (www.pnud.org.br ), com base em matéria publicada.