Uma casa arejada, confortável, rápida de fazer, com custo baixo e ecologicamente correta. O bambu é o ponto de equilíbrio da fórmula. Esta matéria-prima está sendo explorada, por um projeto do Sebrae, na cidade de Três Rios, centro-sul fluminense, onde cinco protótipos já estão prontos e são utilizados como residência, centro comunitário e oficina de artesanato.O gerente regional do Sebrae em Três Rios Jorge Luís Gomes de Pinho conta que conheceu este sistema pré-moldado em Maceió, por meio da parceria do Sebrae em Alagoas com a organização não-governamental Instituto do Bambu. “O projeto foi desenvolvido pelo engenheiro Edson Sartori e pelos arquitetos Rubens Cardoso e Alejandro Pereira. Achei que a idéia serviria perfeitamente aqui, porque a região tem uma enorme reserva natural, e a variedade local do bambu permite o aproveitamento de todas as varas, 70% para a estrutura do pré-moldado e o restante moído, para misturar a matriz cimentícia”. O chamado kit-casa consiste em placas pré-moldadas de microconcreto composto por materiais alternativos como bambu e raspas de pneu. O uso deste tipo de borracha, altamente poluente quando descartado, é outra grande solução ecológica. Para uma casa de 50 metros quadrados podem ser utilizadas até duas toneladas do produto reciclado. Para desenvolver o projeto, o Sebrae tem parceria com a prefeitura local e a Associação Recicla Três Rios. O laboratório da Universidade Federal de Juiz de Fora já comprovou a tração, flexibilidade, compressão e elasticidade das placas, o que garante a resistência do sistema. Estão em andamento os testes de durabilidade, resistência ao fogo e conforto térmico e acústico. Para consolidar a tecnologia, o Sebrae em Três Rios trabalha com metas que devem ser cumpridas até o fim de 2007: novos testes na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), elaboração de um plano de negócios para os interessados em montar uma fábrica e consolidação de parcerias com o mercado.”A idéia é sensibilizar engenheiros e construtores a usar este tipo de produto. Já fechamos com duas empresas que acreditam na viabilidade do projeto, e pretendemos trabalhar para incluir a casa de bambu no sistema financeiro de habitação. O custo é o maior atrativo, a economia chega a 40%, e a tecnologia é muito simples. A questão ambiental também é muito importante porque o bambu é renovável e seqüestra muito mais carbono que uma floresta de eucalipto”, reforça o gerente do Sebrae.Fonte: Agência Sebrae de Notícias (asn.interjornal.com.br/ ), com base em matéria de Regina Mamede.