Refletir e alertar os alunos sobre hábitos alimentares e desperdício de alimentos foi o papel desempenhado pelo projeto ‘É meu direito comer tudo de bom’, vencedor da 7º edição do Prêmio Professores do Brasil na categoria Educação Infantil.
Segundo a professora e idealizadora do projeto, Marinês Batista Motta, mais de 200 crianças de três a cinco anos, da escola Maria do Céu Vaz D’Oliveira, em Manaus (AM), participaram de diversas atividades temáticas. “O projeto surgiu a partir da curiosidade dos próprios alunos. Além disso, muitas crianças se encontravam acima do peso, fator que também motivou a sua criação.”
Desenvolvido entre os anos de 2012 e 2013, o projeto foi construído utilizando métodos interdisciplinares, que possibilitaram o diálogo com as diversas áreas de conhecimento. “Trabalhamos temáticas sociais, controle do peso, desperdício e reaproveitamento dos alimentos”, reforça a idealizadora.
Metodologia – Durante as discussões sobre a importância de se alimentar bem, os alunos desenvolveram atividades para além da sala de aula, entre elas foram realizadas palestras com nutricionistas, contação de histórias, vídeos educativos sobre o tema, rodas de conversas, degustação de frutas e coleta seletiva. “Na horta, por exemplo, ensinávamos aos alunos como plantar e colher os alimentos”, conta a professora.
O projeto ao mesmo tempo também realizou um trabalho em parceria os pais. “Eles participaram de palestras ministradas por nutricionistas sobre temas como obesidade e a importância de se comer de maneira saudável. Além disso, prestigiaram o trabalho das crianças durante a feira de ciências.”
Já na fase final foi realizado um diagnóstico da influência do projeto no cotidiano escolar. “Pudemos verificar uma mudança significativa não só na qualidade da merenda, mas também na mentalidade de alunos e docentes, que começaram a ingerir alimentos saudáveis como frutas e hortaliças.”
Resultados – Segundo a idealizadora do projeto, a realização de atividades práticas, além de despertar o interesse dos alunos aumentou as taxas de frequência escolar. “Antigamente, as crianças tinham uma visão muito diferente sobre a alimentação. Após a criação do projeto, os alunos puderam perceber de uma maneira didática e criativa, a importância de se alimentar de forma saudável.”
A prática da coleta seletiva também se tornou um hábito comum não só no ambiente escolar, mas também nas casas de alunos e professores. Além disso, os alunos também tiveram acesso a atividades que ensinavam a importância da higiene bucal diária.
Já as rodas de conversa foram importantes para diagnosticar falhas na alimentação e, assim, conscientizar pais e crianças sobre os benefícios da alimentação saudável.
O projeto também foi responsável por uma transformação radical na percepção dos professores e comunidade local sobre os hábitos saudáveis. “Antigamente utilizávamos na merenda escolar muitos produtos enlatados que contém alto teor de sódio. Após sua implantação, precisávamos reduzir a quantidade de sal nos alimentos e isso só foi possível após um trabalho eficaz de conscientização de crianças e pais”, afirma.
A certeza de que o projeto estava atingindo os resultados esperados foi verificado em relação ao índice de consumo de frutas e sucos naturais que subiu de 70 para 95% durante a execução do projeto. “Antes, como o lanche vinha de casa, pude perceber que muitos acabavam deixando o produto industrializado de lado. Diante dessa mudança, sei que o projeto melhorou nossas vidas para além do âmbito escolar”, conta a professora, que nesta edição também irá participar da premiação.
Sobre a premiação – Desde 2005, o Prêmio Professores do Brasil divulga e premia diversos projetos inovadores realizados nas escolas públicas de todo o País. Promovido pelo Ministério da Educação (MEC), o principal objetivo é dar visibilidade às experiências pedagógicas conduzidas por professores, desde a educação infantil até o ensino médio.
Nesta 8ª edição, serão selecionados até 40 trabalhos, oito por cada região do País. Os autores dos trabalhos premiados receberão R$ 6 mil, troféus e certificados. As inscrições estão abertas e podem ser efetuadas on-line até dia 15 de setembro.
Os primeiros colocados em cada uma das oito subcategorias terão um adicional de R$ 5 mil. Além disso, as escolas em que foram desenvolvidas as experiências vencedoras ganharão placa comemorativa.
Podem concorrer ao prêmio professores atuantes nos sistemas públicos de ensino e em instituições comunitárias, filantrópicas e confessionais que mantenham convênio com as redes públicas de educação básica.
Fonte: Rebrae, com informações do Portal Brasil