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Participação, Direitos e Cidadania

Projeto ONU Mulheres estimula a autoafirmação de meninas de 10 a 18 anos


8 de setembro de 2016

O que significa empoderamento? Apesar da pouca idade, Cauane de Lima e Hewellyn Cordeiro, de 11 anos, e Adrielle da Silva, de 12, respondem sem pestanejar. “É saber meus direitos para não deixar ninguém fazer nada de mal contra mim”, tira Adrielle da ponta da língua. A facilidade para se expressar é consequência da participação no programa gratuito “Uma vitória leva à outra”, realizado pela ONU Mulheres, em parceria com o Comitê Olímpico Internacional, no Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande. O objetivo é desenvolver habilidades e autoconhecimento em meninas de 10 a 18 anos por meio da prática de esportes.

Duas vezes por semana, Cauane, Hewellyn e Adrielle fazem atividades físicas e integram um bate-papo, durante uma hora, sobre temas como autoestima e liderança, educação financeira, saúde e direitos sexuais e reprodutivos, empoderamento e eliminação da violência contra mulheres e meninas. O resultado é percebido em casa e na escola.

— Ela está muito mais solta, dá opinião sobre assuntos maduros e chama para conversar quando não concorda com algo — diz a dona de casa Vânia d’Arc, de 48 anos, mãe de Hewellyn.

Assim como o trio, outras 55 meninas participam do programa no Miécimo, que está com vagas abertas. O projeto também é oferecido no Parque Deodoro e nas vilas olímpicas Jornalista Ari de Carvalho, em Vila Kennedy; Oscar Schmidt, em Santa Cruz; e Doutor Sócrates, em Pedra de Guaratiba. Para se inscrever, é preciso ir à unidade escolhida. As oficinas são ministradas por psicólogas, pedagogas ou assistentes sociais.

— As meninas se sentem seguras e se abrem sobre suas experiências. Já ouvi casos de abusos e preconceito — conta a pedagoga Lucy Pereira.

Adrielle, que faz aulas de ginástica rítmica, já sofreu discriminação de gênero e bullying na escola porque tinha a língua presa. Aprendeu a perdoar e a contestar para conseguir respeito dos colegas:
— Quando comecei a estudar, era desprezada porque não falava direito. Hoje, entendo que eles não tinham conhecimento e sou mais confiante. Também já fui discriminada pelos meninos. Eles não me deixam jogar futebol porque sou menina. Mas eu reclamo e jogo.

A coordenadora do programa da ONU, Thays Prado, explica que, na adolescência, as mulheres abandonam o esporte mais do que os meninos, porque sofrem pressões relativas ao gênero. No entanto, quando se mantêm na atividade, conquistam habilidades que podem ser levadas para outras áreas da vida, como liderança, solidariedade, trabalho em equipe e cumprimento de metas:

— Nessa idade, elas começam a ser objetificadas pelos adultos e são responsabilizadas pela roupa que usam e pelo comportamento que têm. Tudo isso faz com que elas acabem se retraindo e deixando de confiar no potencial que possuem. O esporte e essas oficinas ajudam a mudar isso.

Como se inscrever no Miécimo

Além das vagas voltadas para o projeto ONU Mulheres, o Centro Esportivo Miécimo da Silva está com inscrições abertas para crianças, adultos e idosos interessados em praticar esportes. Para o cadastro, é preciso levar duas fotos, cópias da identidade e do comprovante de residência e atestado médico. De menores de idade, ainda são exigidas declaração escolar e identidade do responsável. Há vagas para pessoas com deficiência. O atendimento é feito de terça a sexta-feira, das 8h às 17h; e aos sábados, das 9h às 15h. Informações: 2113-0538.

Fotos ajudam a resgatar autoestima de mulheres

Projetos independentes também estão incentivando a autoafirmação e o empoderamento femininos. Moradora de Campo Grande, a fotógrafa Thaiane Lima, de 23 anos, criou o projeto Livre-se, após notar muitas amigas reclamando de detalhes do corpo — assim como ela que, por causa de uma cicatriz, também se sentia para baixo. A jovem clica mulheres nuas ou seminuas para que elas voltem a se aceitar.

— Percebi que eu tinha que ser reconhecida por quem eu sou. Não importa o que está por fora. Neste ângulo, todas são lindas — defende.

Mais de 60 clientes já foram fotografadas durante o projeto, que começou em abril. Umas com cicatrizes profundas, outras que se achavam magras ou gordas, todas saíram da sessão de fotos cheias de si. O resultado será exposto em breve, já que Thaiane está negociando uma mostra em um shopping da região.

— Ter um corpo bonito é ter uma pessoa feliz dentro dele. Não importam os padrões ou o que dizem para elas — conta a fotógrafa que, durante os ensaios, também ajuda com uma “sessão de terapia”: — Muitas choram e confessam pensamentos que nunca haviam compartilhado.

Na página do Facebook, a jovem coleciona quase quatro mil seguidores, fãs das fotos. Uma delas é a modelo Isabela Pradi, de São Paulo, que percebeu a própria beleza após posar para as lentes de Thaiane.

— Ela me ajudou a amar meus defeitos e a enxergar qualidades que não imaginava encontrar — conta a ruiva, que deixou a timidez de lado e usou camisola no ensaio.

Fonte: EXTRA por Nathália Marsal

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