Um investimento de 16 milhões na Amazônia encerra a série de projetos que o Ministério de Meio Ambiente, em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Agrário, está realizando nos principais biomas brasileiros (Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e Amazônia). Os projetos têm como objetivo fortalecer os laços entre a agricultura familiar e a preservação do meio ambiente e, assim, promover a exploração sustentável dos recursos naturais.Para colocar a iniciativa em prática, o governo lançou um edital convocando instituições públicas (prefeituras, universidades, secretarias estaduais, entre outras) e entidades privadas sem fins lucrativos (como organizações não-governamentais) a elaborarem propostas de projetos em duas modalidades: capacitação de lideranças comunitárias e contratação profissional para assessoria técnica. Os programas aprovados receberão de R$ 80 mil a R$ 200 mil, para atividades de capacitação, e de R$ 300 mil a R$ 600 mil, para apoio técnico aos produtores.O treinamento de líderes comunitários deve incluir desde o aprendizado de métodos simples de manejo florestal que não prejudiquem o meio ambiente até instruções de como organizar os produtores rurais em cooperativas. A intenção é aproveitar o papel de destaque que essas pessoas têm na comunidade para usá-las como difusoras de informações, segundo Ana Beatriz de Oliveira, gerente de projetos do Fundo Nacional de Meio Ambiente (ligado ao Ministério de Meio Ambiente).?Eles atuarão como agentes multiplicadores. Darão orientações aos agricultores sobre como adequar a produção aos padrões ambientalmente corretos, evitar o uso excessivo de agrotóxico e, se possível, substituí-lo por pesticidas orgânicos?, afirma Ana Beatriz. De acordo com ela, as lideranças também vão assessorar os madeireiros, para que extraiam as árvores sem causar danos às florestas. ?A exploração agroflorestal tem um caráter de preservação da floresta, tanto a exploração madeireira como a não-madeireira. A idéia é promover a atividade produtiva com redução da derrubada de madeira?, conta Ana Beatriz.Já os projetos voltados à assistência técnica visam levar os técnicos especializados em sistemas agroflorestais a mostrar aos agricultores e extrativistas da região como substituir ações tradicionais por outras não-prejudiciais ao meio ambiente. Além disso, esses profissionais ajudarão os agricultores e extrativistas da região a preparar a papelada para pedir empréstimos do Pronaf florestal ? linha de crédito do programa voltada à produção agroflorestal. Cada um desses técnicos deve auxiliar, no mínimo, 100 produtores. ?Eles terão uma área de atuação, pode ser um município, um distrito, ou uma comunidade. Nesses locais, eles serão como uma fonte de conhecimento, porque há muitas regiões isoladas na Amazônia?, destaca o coordenador do Núcleo de Águas e Florestas do Fundo Nacional de Meio Ambiente, Alcides Gatto. “Os empréstimos do Pronaf devem estimular ainda mais a cultura agroflorestal, porque, além do apoio técnico, os produtores terão recursos para comprar novos equipamentos, ferramentas, sementes etc.”, completa Gatto.