Quais as causas do descompasso entre a educação formal e a informal? Como a comunicação pode contribuir para a melhoria da educação pública? Buscando respostas a estas perguntas, jovens dos grupos comunitários ?Olho Vivo? e ?Nós da Fita?, do Morro do Preventório, em Niterói (RJ), mergulharam, durante um ano, no cotidiano de três instituições de ensino estaduais que servem à comunidade e promoveram um debate sobre a educação pública. O maior desafio dos jovens foi deixar de lado a visão de aluno e olhar a educação sob o ponto de vista do outro ? professores, diretoras, pais, funcionários e gestores. O projeto surgiu depois que a equipe da Bem TV, ONG responsável pelo trabalho desenvolvido nos dois grupos de comunicação comunitária do Morro do Preventório, identificou uma aparente contradição: os jovens dos grupos se dedicavam ao máximo às atividades de comunicação que desenvolviam, mas na escola não iam bem, e alegavam que a educação formal era “chata”, “inútil” e “desinteressante”. Os adolescentes dos grupos aceitaram o desafio de levar em frente a iniciativa.O resultado das observações e discussões sobre o tema resultaram no livro ?Vendo a Escola, Revendo a Educação?. Organizada pela jornalista Olívia Bandeira de Melo, da Bem TV, a publicação, com 52 páginas, reúne reflexões da ONG e da Rede de Comunicação sobre o processo, bem como matérias feitas pelos jovens sobre temas como grêmios estudantis e projeto político-pedagógico. Os textos são acompanhados de fotografias ? já expostas em mostra realizada no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno em novembro de 2005 e que, em 2006, circula por escolas públicas de Niterói.O livro será lançado, no dia 2 de outubro, no Teatro Municipal de Niterói. No evento, haverá também exibição dos vídeos “Tanta coisa pra mudar” e “Se vira nos 20”, realizados pelo grupo ?Nós na Fita? dentro do projeto “Vendo a Escola, Revendo a Educação”.O livro será distribuído gratuitamente para escolas, ONGs e gestores públicos.