Fiscalizar a mídia e verificar se os direitos das mulheres estão sendo respeitados e se elas estão sendo representadas nos meios de comunicação. Esta vai ser a meta da Articulação Mulher e Mídia, formada durante o Seminário Nacional sobre Controle Social da Imagem da Mulher na Mídia, realizado de 12 a 15 de março, em São Paulo (SP). De acordo com a jornalista Bia Barbosa, que integra a nova articulação, a intenção é iniciar a formação de políticas públicas voltadas para o tema.
?A gente não sabe como se dará o diálogo com o poder público daqui pra frente, mas temos o compromisso da Secretaria de Política das Mulheres de colocar na pauta do Ministério das Comunicações e Poder Legislativo todas as decisões do seminário?, relata a jornalista. Segundo ela, as mulheres da rede estão lutando pela implantação de conselhos de comunicação. “É uma luta antiga, que as mulheres estão entrando para se somar ao processo?, diz.
A articulação já conta com 30 integrantes, mas está aberta a novas inserções. Sua principal atuação é no campo da defesa dos direitos humanos e das mulheres. ?Elas vão acompanhar de perto a renovação das concessões de rádios e TVs. O processo é simples, as integrante da rede ? cada uma de sua cidade ? vai fiscalizar os excessos contra as mulheres na mídia e agir de forma a cobrar do governo que determinadas emissoras, que não respeitem esses direitos, não consigam renovar suas concessões?, explica Bia, que lamenta a falta de fiscalização atual.
Como movimento social, a Articulação também se comprometeu a participar da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, que deve acontecer ainda em 2009. O encontro será para discutir diretrizes para as políticas de comunicação.
A Articulação Mulher e Mídia ainda se dispõe a fiscalizar as igrejas detentoras de rádio e TV. ?Não é apenas a Igreja Evangélica que possui emissoras, a Católica também?, pontua Bia. Ela afirma que será fiscalizado se esses meios de comunicação estão colocando a mulher de forma subalterna e como vão passar a tratar questões como a legalização do aborto.
A ativista e pedagoga Schuma Schumaher, coordenadora da Rede de Desenvolvimento Humano (REDEH), vê com bons olhos o movimento como monitor da mídia, mas é cautelosa ao pontuar que é preciso fiscalizar tanto o lado negativo quanto o positivo: ?Não são apenas os meios de comunicação que desrespeitam os direitos da mulheres que devem ser acompanhados. Os que exibem pontos positivos precisam ter o mérito reconhecido?, acredita a ativista, ressaltando que o grupo não pode ser uma rede de censura.
Quem tiver interesse de participar da rede de monitoramento pode realizar o contato com a Articulação Mulher e Mídia através do site www.mulheremidia.org.br.