Eventos extremos do clima, como tempestades, tsunamis, terremotos e enchentes, foram responsáveis por tirar de suas casas mais de 20 milhões de pessoas no ano passado. São os chamados “migrantes do clima”.
O número foi apresentado pelo Internal Displacement Monitoring Centre* (IDMC), entidade internacional que monitora ondas de migração no planeta, durante a COP20, em Lima, no Peru. O documento revela que 85% das pessoas atingidas – 18,7 milhões – eram moradores de países em desenvolvimento. Eram habitantes do Sudão do Sul, por exemplo, atingido por inundações, Bangladesh onde houve passagem de um ciclone ou das Filipinas, arrasada por um terremoto.
Foi justamente nas Filipinas onde se contabilizou o maior número de pessoas afetadas pelos desastres naturais: cerca de 7 milhões. Logo em seguida aparece China, com quase 6 milhões e Índia, com 2 milhões. O Brasil é citado como tendo 83 mil refugiados do clima.
Em 2013 foram registrados aproximadamente 600 eventos extremos ao redor do planeta. A maior massa de pessoas atingidas pelas catástrofes está na Ásia. Dos 22 milhões de refugiados, 87% deles são asiáticos.
Apesar dos países mais pobres serem mais vulneráveis, a Europa também sofreu com severas inundações no ano passado que deixaram fora de casa 150 mil moradores da Alemanha, Reino Unido, República Tcheca e Rússia.
Em 2012, entretanto, o número de migrações ocasionadas pelas tragédias naturais, havia sido ainda maior: 32 milhões de pessoas. O levantamento elaborado pelo IDMC é feito desde 2008. Segundo a ONU, nas últimas duas décadas dobrou o número de desastres naturais.
O instituto alerta que, se não forem tomadas medidas para reduzir o risco de desastres naturais e comunidades mais vulneráveis recebam ajuda para se adaptar às mudanças climáticas, as ondas migratórias só irão crescer nas próximas décadas.
Fonte: Planeta Sustentável