Segundo o relatório “Crimes e riscos dos resíduos: lacunas e desafios no setor”, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), até 90% do lixo eletrônico mundial, que valem aproximadamente 19 bilhões de dólares, é despejado ou comercializado ilegalmente todos os anos. O anúncio aconteceu durante a Conferência das Partes para as três principais convenções que abordam a questão do lixo global, as Convenções de Basileia, Roterdão e Estocolmo, no dia 12 de maio, em Genebra.
A cada ano, a indústria eletrônica – uma das maiores e que mais cresce no mundo – produz até 41 milhões de toneladas de lixo eletrônico provenientes de bens como computadores e smartphones. Previsões dizem que esse número pode chegar a 50 milhões de toneladas já em 2017. Uma média de 60% a 90% destes resíduos é comercializada ilegalmente ou despejada, de acordo.
A Organização Internacional de Polícia Criminal (INTERPOL) estima que o preço de uma tonelada de lixo eletrônico chegue a 500 dólares. Seguindo esse cálculo, o valor do que é manuseado ilegal e informalmente, incluindo o comércio e o despejo ilegal, variam entre 12,5 bilhões a 18,8 bilhões de dólares por ano.
O Subsecretário-Geral da ONU e Diretor Executivo do Pnuma, Achim Steiner, disse: “Nós estamos enfrentando o início de um tsunami sem precedentes do lixo eletrônico que está sendo lançado no mundo. Isso não só representa uma grande parte da “montanha de lixo” não reciclável, como também uma ameaça para a saúde humana e para o meio ambiente, devido aos elementos perigosos que ele contém”.
Soluções inovadoras para combater a manipulação ilegal e insustentável do lixo eletrônico estão surgindo. Recuperar metais valiosos e outros recursos bloqueados no interior de produtos eletrônicos, por exemplo, pode reduzir a quantidade de lixo eletrônico produzida, diminuindo a pressão sobre o meio ambiente, criando empregos e gerando renda.
Os volumes crescentes do lixo eletrônico, resíduos urbanos, resíduos de alimentos, produtos químicos descartados e pesticidas falsificados, todos contribuem para aumentar a pressão sobre o meio ambiente. O relatório também aponta para o fato de que, a cada ano, cerca de um terço dos alimentos produzidos para consumo humano a nível mundial (cerca de 1,3 bilhão de toneladas, no valor de mais de 1 trilhão de dólares) é perdido ou desperdiçado.
O relatório está disponível online em inglês.
Fonte: Pnuma