O Ministério da Saúde vai dobrar o número de ambulâncias que atendem no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no primeiro semestre de 2010. Ao todo, foram adquiridos 1.850 veículos, que serão utilizados para levar o programa ao interior dos estados. O objetivo é que haja uma expansão de, pelo menos, 40% na cobertura da população logo nos primeiros meses de 2010.Atualmente, o serviço está disponível para 105 milhões de brasileiro. O Ministério avaliará, juntamente com as Secretarias Estaduais de Saúde, a quantidade de ambulâncias necessária para cada unidade da federação.Foram investidos R$ 203,4 milhões na compra dos veículos, uma redução de R$ 74 milhões em relação ao preço máximo estabelecido pelo edital. Em 2006, quando foi realizado o último pregão, o ministério investiu R$ 117 mil por unidade. A expectativa deste ano era de um aumento para R$ 149,9 mil por unidade, mas, na negociação com os fornecedores, houve uma redução para R$ 109,9 mil. Hoje, o Samu conta com 1.513 ambulâncias em funcionamento.?A aquisição é um passo para levar o Serviço a toda a população. Os resultados que o atendimento móvel tem apresentado são uma conquista para o Brasil?, afirma o coordenador de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde, Clésio Mello de Castro. A proposta do serviço é contribuir para a redução do número de óbitos, do tempo de internação em hospitais e das sequelas decorrentes da falta de socorro precoce.O Samu faz parte da Política Nacional de Urgências e Emergências, de 2003, e tem grande potencial como agente da articulação, pois trabalha com centrais reguladoras. Essas centrais recebem a ligação do paciente pelo número 192, enviam a ambulância e já rastreiam as vagas existentes nos hospitais. Assim, além de fazer o atendimento ao cidadão, organiza o sistema local, permitindo o cruzamento entre estrutura existente e as necessidades da população da região atendida.Para reestruturar o pronto-atendimento no país e desafogar as emergências dos hospitais metropolitanos, o Ministério da Saúde também lançou em 2008 as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), outra parte integrante da política. Em 2009, 200 já foram habilitadas e outras 56 serão incorporadas até o final do ano. Ou seja, os recursos estão disponíveis para os estados implementarem as unidades, que trabalharão em conjunto com o Samu.Essas unidades prestarão pronto-atendimento 24 horas, em situações de baixa e média complexidade. O paciente será atendido em consultórios de pediatria, de clínica médica, de odontologia e de ortopedia. Cada UPA contará com laboratório clínico e salas de raios-x, gesso, sutura, medicação e nebulização. Além disso, terá estrutura suficiente para oferecer observação por até 48 horas aos pacientes e, se for necessário, os casos mais graves poderão ser removidos para um hospital.AtendimentoO socorro do Samu é realizado após chamada gratuita para o telefone 192. As ligações são atendidas por técnicos da Central de Regulação que identificam a emergência e, imediatamente, transferem o telefonema para o médico regulador. Esse profissional faz o diagnóstico da situação e inicia o atendimento no mesmo instante, orientando o paciente ou quem fez a chamada sobre as primeiras medidas a serem tomadas.Ao mesmo tempo, o médico regulador avalia o melhor procedimento a ser adotado: orienta a pessoa a procurar um posto de saúde ou hospital; designa uma ambulância de suporte básico de vida (USB) ou, de acordo com a gravidade do caso, envia uma unidade de suporte avançado de vida (USA), conhecida como UTI Móvel. Com poder de autoridade sanitária, o médico regulador comunica a urgência ou emergência aos hospitais públicos e reserva leitos para que o atendimento tenha continuidade. Com informações do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br).