No dia 1 de junho, a Organização das Nações Unidas apresentou pela primeira vez o texto que servirá de base para o novo tratado aos negociadores dos 190 países que fazem parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima.
Os delegados das nações têm a missão de analisar o texto até 12 de junho. “A ONU inseriu no texto propostas boas e ruins. É uma base para as negociações. Agora não há mais desculpa para que os países guardem sigilo sobre suas posições.
Temos que trabalhar em cima deste documento e entrar nas negociações reais e honestas, pois é a única forma de conseguirmos alcançar os resultados ambiciosos de que o mundo precisa”, afirma Kim Carstensen, líder da Iniciativa Global de Mudanças Climáticas da Rede WWF.
Há muitos pontos que ainda precisam ser acordados, mas os principais deles para a Rede WWF são: manter o aquecimento do planeta abaixo de 2º C, nível a partir do qual as alterações climáticas serão desastrosas, garantir que o pico das emissões mundiais de carbono ocorra antes de 2020 e depois diminuam rapidamente em 80% até 2050, em comparação com os níveis de 1990.
É importante também que os países industrializados, enquanto grupo, reduzam suas emissões em no mínimo 40% até 2020, em comparação com os níveis de 1990.
Já os países em desenvolvimento, como o Brasil, se comprometam, enquanto grupo, a reduzir em 30% suas emissões, de forma mensurável, passível de relato e verificável, até 2020, de acordo com o cenário tendencial de cada nação.
Não será desta vez que todos estes pontos serão definidos, mas uma equipe de especialistas do WWF-Brasil e da Rede WWF estará no local acompanhando as negociações para pressionar os negociadores a avançarem o máximo possível no texto do novo acordo.
Ainda haverá mais três reuniões como esta antes do grande encontro de Copenhague para que os negociadores cheguem a uma proposta final de texto a ser acordada em dezembro deste ano.