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Participação, Direitos e Cidadania

Transcidadania tem primeira formatura e inspira governo dos EUA


21 de janeiro de 2016

No dia 20 de janeiro, 38 homens e mulheres trans da cidade de São Paulo, que abandonaram os estudos por sofrer agressões e discriminação na escola, receberam diplomas de conclusão do ensino fundamental e do ensino médio. Eles fazem parte da primeira turma do Transcidadania. O programa da prefeitura começou em 29 de janeiro do ano passado, com oferta de bolsas de R$ 820 para que homens e mulheres trans voltassem à escola, realizassem cursos de capacitação profissional e de formação em cidadania.

Dos 100 participantes iniciais, 33 concluíram o ensino fundamental e cinco o ensino médio. Duas delas fizeram as provas do Enem e obtiveram nota suficiente para concorrer a uma vaga em uma universidade federal pelo Sistema de Seleção Unificado (Sisu) ou a uma bolsa de estudos pelo programa Universidade Para Todos (Prouni). Paloma Castro, que foi bem no Enem, disse ter recuperado valores: “Hoje eu posso sonhar com um futuro melhor para a minha vida pelos meus estudos, e não em um mundo de prostituição”.

Neste ano, a Coordenação de Políticas LGBT da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania terá orçamento de R$ 8,8 milhões, ante R$ 3,8 milhões no ano passado. Serão oferecidas 200 vagas e o valor da bolsa aumentará para pelo menos R$ 910, conforme anunciou o prefeito Fernando Haddad durante a cerimônia de formatura, realizada na Praça das Artes, no centro de São Paulo.

“Em um momento em que ameaçavam propagar o preconceito e a intolerância, nós dissemos que não vamos permitir isso em São Paulo. Com esse programa, anunciamos a todas as pessoas que ninguém ficará para trás”, disse Haddad. “O Transcidadania educa toda a sociedade para a diversidade.”

Em um evento carregado de emoção e alegria, como toda festa de formatura, os participantes receberam o certificado de conclusão de curso, dançaram valsa e festejaram com amigos e familiares. Participaram a primeira-dama Ana Estela Haddad, os secretários municipais Eduardo Suplicy (Direitos Humanos), Gabriel Chalita (Educação), Denise Motta Dau (Políticas para Mulheres), Cristina Cordeiro (Assistência e Desenvolvimento Social, em exercício) e o coordenador de políticas LGBT da secretaria de Direitos Humanos, Alessandro Belchior. O program envolve ainda mais as secretarias de Saúde e de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo.

“Quando o programa começou, nenhum de vocês dizia o que diz hoje, que queria continuar estudando e ir para universidade. O programa ampliou os horizontes de vocês”, disse Suplicy.

O Transcidadania é uma iniciativa ainda inédita no mundo. O governo do estado de Minas Gerais já estrutura uma ação semelhante, baseada na experiência da cidade de São Paulo. Representantes do governo norte-americano também já vieram a São Paulo conhecer a iniciativa.

“Implantamos essa política no país que mais assassina travestis e homossexuais. São seis secretarias envolvidas tanto na construção desse programa como na execução dele no dia-a-dia. É uma política pública séria, uma opção corajosa e arriscada que pode mudar a vida das pessoas, servindo de exemplo para outros municípios e estados”, afirmou Alessandro Melchior, que nos próximos meses irá aos Estados Unidos apresentar o programa.

“Agora ninguém mais vai decidir por vocês. O programa abre portas para que os travestis de São Paulo digam: ‘eu também posso’”, disse Chalita. “Nosso papel é dizer que São Paulo não é uma cidade de alguns, é uma cidade de todos. De todas as pessoas que olham para essa grande cidade e sonham em ter uma oportunidade de ser feliz aqui do jeito que são.”

Com informações da Rede Brasil Atual

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