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Erradicação da Miséria

Turismo solidário cresce no norte de Minas


13 de outubro de 2010

Hospitalidade e possibilidade de fazer parte da rotina de comunidades do Vale do Jequitinhonha e norte de Minas atraem turistas solidários. Diversos habitantes da região integram a Rede de Turismo Solidário, um programa experimental desenvolvido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte e Nordeste de Minas (Sedvan), Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene) e Ministério do Turismo, em parceria com o Sebrae em Minas e a Fundação Banco do Brasil. O objetivo é atrair turistas que contribuam socialmente para a comunidade, participando do cotidiano delas, absorvendo a cultural local, conhecendo as riquezas naturais e promovendo a geração de renda.


Para o idealizador e coordenador do programa, Maurício Figueiredo, da Sedvan, o grande desafio foi encontrar um turismo diferenciado para uma região de baixos índices sociais e econômicos e problemas de infra-estrutura. Esses aspectos são considerados complexos para implementar iniciativas na área do turismo.


Mas foi pensando nas riquezas folclóricas, nas festas religiosas, nas tradições e nas belezas naturais, que ele viu a possibilidade de atrair visitantes para a região. “O mais importante é que o turista vivencie a cultura, a natureza, os costumes locais e contribua de alguma forma com as comunidades”, explica Figueiredo.


Em fase inicial, ele espera que o programa se sustente e crie uma identidade. “É importante que o Turismo Solidário se firme e que o envolvimento entre os parceiros continue como verdadeira ação de política publica?. Para o futuro, defende que as comunidades permaneçam acreditando na idéia e pensem o turismo como um meio de transformação social, com a geração de trabalho e renda.


Para receber os turistas em casa, os proprietários dos receptivos familiares participaram de um curso de capacitação. Após terem suas casas avaliadas por uma equipe técnica, os empreendedores aprenderam a preparar o ambiente de forma agradável e acolhedora. O calor humano diferencia o tratamento. Saber informar sobre os locais turísticos da região, assim como telefones de restaurantes, guias e hospitais, também faz parte do aprendizado. Mesmo acostumada a receber pessoas, foi depois do treinamento que Maria Helena sentiu mais segurança. No curso aprendi que o turista busca o que a gente tem aqui, da nossa terra, da nossa cultura”.


Na ampla casa localizada na rua principal de Grão Mogol, onde mora com o marido, Maria Helena oferece até internet e TV a cabo. Na geladeira, dezenas de polpas de frutas colhidas do próprio quintal ficam à disposição do hóspede. A atmosfera intimista permite ao visitante participar da vida de Maria Helena.


Em Santa Rita do Araçuaí, na rua Agenor Santos, mora Dalva de Assis. Ela recebeu o primeiro turista solidário no final de 2006. Dalva disponibilizou um quarto da casa para receber os turistas e quer construir mais um banheiro só para eles. Otimista, ela acredita que poderá melhorar a renda da família e investir nos estudos dos três filhos.


Em Milho Verde, Olímpia de Moraes, de 62 anos, tem sua própria casa como um atrativo turístico da cidade. Com flores artificiais penduradas no teto da sala, a criativa e curiosa decoração chama atenção de quem passa pelas ruas. Outras comunidades também receberam turistas em fase experimental: Coqueiro Campo, Campo Alegre, São João da Chapada, Capivari e Mendanha.


São Gonçalo reserva também personagens marcantes para quem visita a cidade. Dona Helena, uma falante senhora de 66 anos, é uma delas. Morando sozinha, mantém em casa, há mais de 20 anos, um presépio com peças feitas por ela e doadas por turistas. Para conferir o presépio, basta olhar pela janela do quarto.


Solidariedade


Criada em 2005, a Rede de Turismo Solidário tem por objetivo despertar no turista o interesse em participar do processo de transformação social e econômica da região. O projeto beneficia 20 localidades do norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha. Ao todo, 92 receptivos participaram dos encontros de qualificação e estão aptas a receber os visitantes.


Wiviane Freitas Mendes, técnica do Sebrae na microrregião de Montes Claros, lembra que não é o turista de massa o perfil do projeto, mas, sim, o médico, o advogado, o professor, o estudante. “O turismo solidário promove a troca de saberes”, conclui.


A geração de trabalho é um dos resultados do projeto. Entre os cursos oferecidos está o de condutor turístico, já em prática em Grão Mogol e São Gonçalo do Rio das Pedras. “Eu conhecia tudo da cidade, mas não sabia nada da história e da geografia local. Hoje consigo interpretar todos os lugares”, garante Ricardo Venísio, de 21 anos, que trabalha como condutor na região de São Gonçalo.


Árvores frutífereasCerca de 20 famílias da pequena São Gonçalo do Rio das Pedras, distrito do Serro, na região norte de Minas, receberam 100 mudas de árvores frutíferas como uva, figo e amora para plantio nos quintais das casas. A ação, apoiada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), integra o Cozinha Sertaneja, projeto idealizado pelo Idene visando a preservação das riquezas naturais e culturais da região.


O casal Aparecida e Ademil Ribeiro há mais de 20 anos preserva a tradição de produzir vinhos artesanais. Com o projeto, além de manter a atividade esperam abastecer a Casa de Doces, associação composta por 12 mulheres. Tanto os vinhos, cerca de 300 litros por ano, quanto os doces são vendidos para turistas.


Cleide Greco, articuladora do Idene em Diamantina, acredita que projetos como o Cozinha Sertaneja e o Artesanato em Movimento “melhoram a auto-estima da comunidade, a qualidade de vida das pessoas, e, consequentemente, a geração de renda e o aumento do capital social”.


ArtesanatoA 600 quilômetros de Belo Horizonte, Coqueiro Campo, distrito de Minas Novas, recebe turistas de toda parte do mundo só para conhecer o rico artesanato produzido por Maria José Gomes da Silva, a Zezinha, como é conhecida na comunidade. “Tem muitos turistas que vêm a minha casa só para me conhecer”, conta, com sorriso tímido, a artesã que é famosa pelas bonecas feitas de argila. Foi por meio de feiras realizadas com o apoio do Sebrae e com a ajuda do marido Ulisses, que Zezinha já mostrou sua arte em vários estados brasileiros.


A família, que só produz peças por encomenda, construiu uma casa de cinco cômodos para receber cerca de 150 turistas por ano. Anisia Lima de Souza, artesã de Campo Alegre, distrito de Turmalina, sabe da importância do artesanato para sua comunidade. Há 26 anos produzindo bonecas e vasos, ela participou do curso de receptivo familiar e espera que o projeto traga mais turistas e aumente a renda da família.


Fonte: Sebrae Minas (www.sebraeminas.com.br)

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