A crise é dura, mas estudantes e professores da Uerj não deixam a peteca cair. Quase 80% (38 de 49) dos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado, doutorado e mestrado profissional) da universidade mantiveram suas notas na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), divulgada no dia 20 de setembro. Além disso, outros seis cursos ainda conseguiram melhorar.
A avaliação do Capes é uma das mais rigorosas do país. Ela era realizada a cada triênio até 2013, quando passou a ser realizada a cada quatro anos. A Capes emite notas de 1 a 7 de acordo com a produção científica do programa nesse período.
A nota mínima para um programa existir é 3 — quem tirar menos é descredenciado. Nenhum curso da Uerj não atingiu a nota mínima. Além disso, apenas dez cursos da universidade tiraram 3 — o que corresponde a cerca de 20% dos programas da Uerj. No país, 35% dos cursos têm a nota mínima.
Os cursos com notas 6 e 7 são considerados programas com padrão internacional de excelência. A Uerj manteve sete cursos nesse patamar — um índice de 15%, média maior do que o resto do Brasil, que é de 11%. Por outro lado, dos três cursos com nota 7 em 2013, só um, o de Educação, manteve a nota máxima.
No país, há 106 cursos de pós-graduação em Educação, e só dois tem nota 7 — o da Uerj e o da Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), no Rio Grande do Sul.
Os bons resultados da pós-graduação chegam apesar da universidade viver a sua mais grave crise institucional. Os problemas se aprofundaram a partir de 2015 junto com as contas do Governo do Estado. Naquele ano, começaram os primeiros atrasos aos funcionários terceirizados, que faziam, principalmente, a limpeza e a segurança do campus.
O auge da crise aconteceu no mês passado, quando os servidores ficaram com três meses de salários atrasados. Os vencimentos, então, foram colocados em dia após um acordo de recuperação fiscal do Estado com a União. No entanto, o governo voltou a atrasar o pagamento aos professores — que aguardam receber o mês de agosto.
O governador Luiz Fernando Pezão aguarda uma previsão por parte dos técnicos responsáveis pela arrecadação do Estado sobre quando o Rio terá condições de quitar ao menos parte do salário de agosto de 113.626 servidores ativos, aposentados e pensionistas. A dívida é de R$ 486,7 milhões. Caso não consiga quitar a pendência de forma integral, o governo diz se esforçar para apresentar um calendário de depósitos.
Fonte: Jornal Extra