O Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) inaugurou, no dia 17 de março, o seu núcleo da Rede Universitária de Telemedicina (Rute). A rede foi criada em 2006, por iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia, para apoiar o aprimoramento de projetos em telemedicina já existentes e incentivar o surgimento de futuros trabalhos interinstitucionais. É coordenada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Associação Brasileira de Hospitais Universitários (Abrahue).
A UFPR é a 15ª instituição a inaugurar seu núcleo da Rute, que contribui tanto para a melhoria na qualificação dos profissionais, através do desenvolvimento de inovações na área de educação em saúde, quanto no atendimento aos pacientes, através da melhoria na qualidade dos processos de pré-diagnóstico e no estudo de formas de avaliação do atendimento médico.
Com o tempo, profissionais de cidades distantes também poderão usufruir dos resultados e obter os serviços desenvolvidos através do compartilhamento de arquivos de prontuários, exames e consultas, viabilizados pela Rute.
Um exemplo da integração promovida pela Rute são os SIGs (Special Interest Groups, na sigla em inglês, ou Grupos Especiais de Interesse), nos quais os profissionais de saúde das instituições pertencentes à rede montam uma agenda de videoconferências para debater assuntos específicos. Além dos debates e discussões de caso, alguns SIGs também realizam diagnósticos e aulas à distância. Atualmente , já existem mais de 20 SIGs, que atuam em áreas como Enfermagem, Odontologia, Toxicologia Clínica, Trauma e Ortopedia, Dermatologia e Saúde de Crianças e Adolescentes, entre outros.
A Rute é formada, desde 2007, por 57 membros distribuídos em todos os estados brasileiros, que não só interagem entre si, mas também com outras instituições no Brasil e no exterior. Na primeira fase da Rute, eram 19 instituições envolvidas na iniciativa. Atualmente, já há núcleos Rute inaugurados em hospitais universitários em Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Maranhão, Bahia, São Paulo, Ceará, Paraíba e Pará.
A telemedicina
Quando a distância é um fator crítico, serviços de saúde são prestados por profissionais com o apoio de tecnologias de informação e compartilhamento de dados. Esse sistema, que compreende o intercâmbio de informações, é chamado de Telemedicina e foi implantado no Brasil na década de 1990.
Conforme a resolução 1.643/2002 do Conselho Federal de Medicina, telemedicina é o exercício da medicina através da utilização de metodologias interativas de comunicação audiovisual e de dados, com o objetivo de assistência, educação e pesquisa em saúde.
Grande parte das áreas da medicina atual já utiliza recursos de tecnologia para armazenar e compartilhar informações. A prática, além de possibilitar o desenvolvimento da medicina à distância, abre caminho para a oferta de serviços de saúde em comunidades distantes. Dentre os serviços de telemedicina mais conhecidos estão o telediagnóstico por imagem, a consulta online, a videoconferência médica e a educação à distância.